Depois de alguns ajustes que até deram origem a críticas por parte dos consumidores. A realidade é que a Xiaomi está a viver um dos melhores momentos da sua história.
Para ter ideia, no terceiro trimestre de 2025, o lucro líquido ajustado disparou 80.9 por cento para 11.3 mil milhões de yuans, cerca de 1.3 mil milhões de euros. A receita total chegou aos 113.1 mil milhões de yuans, mais 22.3 por cento em relação ao ano passado, e já vai no quarto trimestre seguido acima da fasquia dos 100 mil milhões.
Ou seja, o negócio não está só saudável. Está a escalar! A Xiaomi está a crescer.
Aliás, em setembro já tinha ultrapassado o lucro de todo o ano anterior. Para uma marca que começou por ser “a dos telemóveis baratos com MIUI cheia de tralha”, isto é um salto enorme.
Carros elétricos já dão dinheiro!
Inicialmente, quando a Xiaomi avançou com o seu primeiro carro elétrico, rapidamente apareceram vozes críticas, porque uma fabricante de smartphones e tablets nunca seria capaz de ter sucesso com um carro. É um mercado completamente diferente, com desafios complicadíssimos.
Bem, alguns anos depois, o segmento de veículos elétricos inteligentes, IA e novas iniciativas gerou 29 mil milhões de yuans em receita no trimestre, um crescimento superior a 199 por cento face ao ano anterior, e pela primeira vez teve resultado operacional positivo: 700 milhões de yuans, cerca de 84 milhões de euros.
As entregas de carros passaram a barreira das 100 mil unidades num único trimestre, mais precisamente 108.796 veículos, e já vão acima de 260 mil nos primeiros nove meses do ano. A Xiaomi já abriu mais de 400 centros de vendas de veículos em 119 cidades na China continental.
Ah… E já olha para a Europa com muita ambição.
Smartphones: no top 3 mundial há 21 trimestres, mas a fasquia subiu
No lado dos smartphones, o filme é diferente, mas continua positivo.
A receita do negócio de smartphones chegou aos 46 mil milhões de yuans, com 43.3 milhões de unidades enviadas e nove trimestres seguidos de crescimento homólogo. A Xiaomi tem 13.6 por cento de quota no mercado global e mantém-se no top 3 mundial há 21 trimestres seguidos.
A aposta no segmento premium está finalmente a ganhar músculo. No intervalo de preço entre 4.000 e 6.000 yuans, a Xiaomi já tem 18.9 por cento de quota, mais 5.6 pontos percentuais que há um ano.
Aliás, a série Xiaomi 17 está a vender cerca de 30 por cento acima da série Xiaomi 15 no mesmo período, e os modelos 17 Pro e 17 Pro Max representam mais de 80 por cento das vendas. Ou seja, a estratégia é óbvia ao empurrar os utilizadores para o topo da gama.
O calcanhar de Aquiles continua o mesmo de sempre: o software. Há melhorias, o HyperOS 3 é um passo interessante e a integração com carros e casa faz sentido. A aposta no ecossistema Apple também é um bom chamariz para quem tem iPhone mas está farto das “parvoíces” da Apple.
Mas quem vive no ecossistema Android sabe bem que a Xiaomi ainda tem de provar, na prática, que consegue oferecer uma experiência estável, rápida, limpa e com updates consistentes. Não chega ter hardware brutal, hoje em dia o software tem uma importância desmedida.
Então e o utilizador cá deste lado?
Do ponto de vista financeiro, a Xiaomi está feliz e com motivos para isso. Lucros a subir, carros a dar dinheiro, smartphones premium a ganhar tração, IoT a explodir, Internet a render e IA para encher apresentações.
A grande questão, para quem está em Portugal ou na Europa, é outra:
A Xiaomi está a crescer, mas tem também de simplificar a sua gama de produtos, e claro, fazer lançamentos realmente globais. O Xiaomi 17 já está na China a fazer das suas há meses. Por cá, nem existe uma data de lançamento.
O software também tem de ser melhor, e tem de chegar aos aparelhos mais cedo. Se conseguir acertar nisso, estes lucros não são o fim da história. São só o início.
🔥 Este artigo foi útil?
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!



