Hoje em dia, é completamente normal entrar em qualquer centro comercial, ou em qualquer aeroporto importante, e encontrar uma loja da LEGO. Mas… Apesar da inegável popularidade do nome ao longo das últimas décadas, o sucesso que a marca goza nos dias que correm não veio do nada.
Foi preciso lutar, e de facto, reconstruir um monte de LEGO.
LEGO: de quase falida a gigante dos brinquedos?
Provavelmente já não se lembra, mas no início dos anos 2000, a LEGO estava praticamente de joelhos. Uma empresa que fazia parte da infância de milhões de (agora) adultos, enfrentava dívidas pesadas, decisões erradas e uma identidade completamente diluída para o mercado daquela altura.
Mas contra todas as expectativas, conseguiu dar a volta e tornar-se novamente uma potência global. O que aconteceu afinal?
A LEGO perdeu o norte?
No final dos anos 90, a LEGO quis ser mais do que blocos coloridos.
Quis ser parques temáticos, videojogos, roupa, etc… Resultado? Custos a disparar, produtos que não saiam das prateleiras, e fãs cada vez mais afastado daquilo que era a alma da empresa. A LEGO deixou de ser LEGO, e isto é grave, e por vezes não tem solução.
Por isso, em 2003, a empresa estava afogada em dívidas, com prejuízos colossais e perto de fechar portas. A situação era tão má que, segundo a The CEO Magazine, as perdas anuais chegaram aos 300 milhões de dólares.
Voltar ao que realmente interessa!
Foi preciso alguém com visão clara para agarrar no caos. Jørgen Vig Knudstorp assumiu o leme em 2004 e começou o processo de “voltar ao básico”.
A ideia era simples. Cortar o desnecessário, e apostar naquilo que de facto era a LEGO. Ou seja, vender os parques, deixar de investir tanto em roupa, etc… Isto ao mesmo tempo que se investiu em blocos, criatividade, e em parcerias chave.
Por exemplo, as parcerias que existem com Guerra das Estrelas, Senhor dos Anéis, Marvel, etc… Permitiu que os agora adultos voltassem a comprar produtos, e de facto, até fez com que pais e mães brincassem com os seus filhos.
Além de tudo isto, a empresa também simplificou as linhas de produção, ao apostas em sets baseados em peças mais básicas, o que por sua vez deixou de obrigar à produção de tanta coisa diferente.
Mais peças iguais » menos despesa.
Digital, mas com propósito
A LEGO também percebeu que não podia ignorar o mundo digital, mas soube fazê-lo à sua maneira. Jogos como LEGO Star Wars e aplicações interativas vieram enriquecer a experiência, sem trair o espírito dos tijolos. E nos últimos anos, reforçou ainda mais o compromisso com a sustentabilidade, ao testar materiais recicláveis e a apostar na redução da pegada ambiental.
De falida a referência global!
O resultado foi uma recuperação como poucas. Em 2005, já estava novamente a dar lucro. Hoje, a LEGO é uma das marcas mais valiosas e respeitadas do mundo dos brinquedos. Mas não deixa de ser um caso de estudo.
Especialmente porque é incrível a quantidade de adultos, ainda com alma de criança, que gastam quantidades de euros quase absurdas para manter a sua coleção de LEGO viva. É assustador, porque eu também sou um deles.