Ir a um centro comercial deveria ser sinónimo de segurança. Afinal, estamos a falar de locais vigiados, cheios de câmaras e com seguranças a patrulhar os corredores. Mas, na prática, isso não impede que ladrões criem esquemas cada vez mais engenhosos para roubar carteiras, telemóveis e até compras acabadas de fazer. Um dos truques mais recentes, que já está a circular em vários centros comerciais em Portugal e noutros países da Europa, envolve algo aparentemente inofensivo: uma mochila. Mas como funciona o truque dos ladrões com as mochilas nos centros comerciais?
Como funciona o esquema da mochila
O truque é simples, mas eficaz. Os ladrões deslocam-se em grupo ou em pares e utilizam mochilas estrategicamente posicionadas para esconder os movimentos das mãos. Enquanto uma pessoa se aproxima de ti e te distrai, outra coloca a mochila de forma a tapar a visão de quem passa. Por trás da mochila, a vítima nem percebe que está a ser furtada.
Em muitos casos, o alvo nem sequer sente nada, já que os ladrões aproveitam momentos em que estás distraído:
- A escolher roupa numa loja;
- A pagar numa caixa automática;
- Ou até sentado numa praça de alimentação.
A mochila serve como “cortina de fumo” para que mãos rápidas consigam abrir malas, bolsos ou retirar sacos sem levantar suspeitas.
Porque é tão difícil de detetar
À primeira vista, parece um truque rudimentar. Mas funciona porque os centros comerciais estão cheios de movimento, de pessoas a andar lado a lado, e o contacto físico ocasional não levanta suspeitas.
Além disso, muitos dos assaltantes utilizam mochilas largas e volumosas, que tapam completamente o campo de visão de quem está por perto. A vítima só se apercebe quando já é demasiado tarde geralmente, minutos ou horas depois, ao dar falta do telemóvel ou da carteira.
Quem são os alvos preferenciais
Embora qualquer pessoa possa ser vítima, os ladrões procuram sempre alvos que aparentam estar distraídos ou que carregam muitos objetos. Entre os principais alvos estão:
- Pais com crianças, porque estão naturalmente menos atentos ao que se passa em redor;
- Turistas, que carregam sacos de compras e frequentemente não conhecem bem o espaço;
- Idosos, que podem ter mais dificuldade em reagir rapidamente.
Ou seja, grupos de risco fáceis de manipular e que, na maioria das vezes, só percebem o que aconteceu já longe do local.
Como te proteger deste truque
Apesar de parecer quase impossível fugir destes esquemas, há várias formas de te proteger:
- Evita guardar carteiras e telemóveis nos bolsos traseiros. São os mais fáceis de alcançar sem que notes.
- Mantém sempre a mala ou mochila à frente do corpo. Se for de tiracolo, cruza-a no peito em vez de a deixares solta ao lado.
- Repara em aproximações suspeitas. Se alguém parar demasiado perto de ti sem motivo aparente, afasta-te.
- Usa carteiras com fechos seguros. Quanto mais difícil for o acesso, mais provável é que o ladrão desista.
- Desconfia de distrações intencionais. Muitas vezes, alguém te pede ajuda ou tenta puxar conversa enquanto outro atua nas tuas coisas.
Porque este truque é tão perigoso
O problema não está apenas na perda imediata dos bens, mas também no risco de roubo de identidade. Uma carteira não leva apenas dinheiro: leva cartões de crédito, documentos pessoais e até chaves de casa.
Além disso, perder o telemóvel num esquema destes pode ser ainda mais grave. Hoje em dia, os nossos smartphones contêm dados bancários, acessos a redes sociais e até informações profissionais. Basta alguns minutos sem bloqueio ou com um código fraco para o ladrão ter acesso a tudo.
Embora os centros comerciais tenham sistemas de segurança e vigilância, a verdade é que não conseguem estar em todo o lado ao mesmo tempo. Os ladrões sabem disso e aproveitam-se da multidão. O truque da mochila é difícil de provar mesmo em vídeo, porque muitas vezes parece apenas uma movimentação normal entre pessoas.
O truque da mochila nos centros comerciais é um exemplo claro de como a criatividade dos ladrões está sempre um passo à frente. Cabe-nos a nós reforçar os cuidados e não confiar cegamente no ambiente à nossa volta. Pequenas medidas de precaução podem fazer a diferença entre um dia de compras tranquilo e um enorme prejuízo.