A Suécia está prestes a dar um passo que, mais cedo ou mais tarde, vai chegar ao resto da Europa. Ou seja, penalizar diretamente quem usa IPTV pirata. Não estamos a falar apenas de fechar servidores ou apanhar quem vende as subscrições.
Vais ser tu o culpado!
E convém prestar atenção, porque este tipo de legislação costuma espalhar-se pela União Europeia como fogo em palha seca.
15% dos lares suecos usam IPTV pirata. Soa familiar?

Segundo estudos recentes, cerca de 15% das casas na Suécia recorrem a IPTV ilegal. Portugal não anda longe disto. A diferença é que os suecos decidiram assumir que o problema já não é só económico, mas também de segurança nacional.
O argumento é simples: se hoje as pessoas vêem filmes pirateados, amanhã podem estar a ver “jornais” manipulados por inteligência artificial, vindo sabe-se lá de onde.
Fim da impunidade? Multas para utilizadores e penas mais pesadas para fornecedores
A proposta coloca finalmente os utilizadores dentro do radar legal. Multas diretas, reforço de investigação e colaboração entre polícia, Ministério Público, Autoridade Tributária e até o equivalente sueco da ASAE.
Além disso, quer penalizações mais duras para quem distribui e lucra com IPTV pirata. Mas não fica por aqui.
Medidas tecnológicas: bloqueios IP, cortes de publicidade e travão aos métodos de pagamento
Aliás, em Itália já existe um sistema automático de bloqueio em tempo real. A Suécia quer ir pelo mesmo caminho.
Alta procura, preços absurdos e crime organizado: o cocktail que criou o mercado
Nada disto acontece no vazio.
As pessoas recorrem ao IPTV pirata porque os preços das TV tradicionais e streaming legal dispararam. Planos fragmentados, mensalidades exageradas e exclusividades ridículas ajudam a empurrar o consumidor para a alternativa “fácil”. Entretanto, vários relatórios europeus apontam ligações do IPTV pirata ao crime organizado, lavagem de dinheiro e malware.
Ou seja, um problema que começou com futebol e filmes tornou-se algo muito maior.
E Portugal? A conversa já começou há muito
Por cá, a narrativa é semelhante.
Já tivemos campanhas da Polícia Judiciária a avisar que “usar IPTV pirata é roubar”. Já tivemos notícias de supostos prejuízos de “250 milhões de euros” que assumem, erradamente, que todos os utilizadores de IPTV pirata pagariam serviços legais se não houvesse alternativa.
E já tivemos pressão crescente das operadoras para endurecer a lei.
Agora temos também a renegociação dos direitos de TV no lado do futebol, o que vai meter ainda mais pressão em cima de um sistema que já começa a parecer frágil.
Em suma, a Suécia dar este passo significa apenas uma coisa: a UE vai alinhar. E quando isso acontecer, Portugal acompanha.
Conclusão: o cerco está a apertar e o utilizador vai deixar de estar invisível!
Até agora, a guerra contra o IPTV pirata focou-se nos fornecedores. A Suécia quer mudar essa estratégia e colocar o utilizador no centro. Se a tendência se espalhar pela Europa, veremos multas, bloqueios em tempo real, restrições de pagamento e uma ofensiva legal muito mais agressiva.
É preciso estar atento!
