Como deve saber, a Intel não está a passar um bom momento. Aliás, não é algo de agora, a gigante Norte-Americana anda há vários anos a fazer apostas erradas, e apesar de ser gigantesca e de contar com recursos virtualmente infinitos, a realidade é que as coisas têm de tomar um rumo diferente o quanto antes.
Especialmente agora que a Intel anda a olhar para rivais prontas a fazer dinheiro a sério no mundo da Inteligência Artificial e centros de dados.
Por isso, para tentar recuperar as contas, a Intel decidiu que não podem existir margens brutas abaixo dos 50%.
Intel só quer lucros gordos? Margens mínimas de 50%!
Curiosamente, foi a própria Michelle Johnston, CEO da divisão de Produtos da Intel, que confirmou tudo sito durante a conferência global de tecnologia do Bank of America.
Mais resumidamente, o recado não podia ser mais direto: se um projeto não garantir pelo menos 50% de margem, nem chega a ter engenheiros atribuídos. Ou seja, todos os futuros lançamentos terão de ser altamente rentáveis, e claro, minimamente inovadores. Caso contrário nem saem da gaveta.
Esta mudança de estratégia surge numa altura em que a Intel tenta recuperar do desinteresse na gama Arrow Lake, do fracasso do Gaudi AI, e de uma quebra de receitas preocupante no segmento de consumo.
Aliás, podemos dizer que isto é o fim da filosofia de “lançar tudo e ver o que pega”. Agora tem que existir alguma estratégia pelo meio.
Que planos existem ou resistem?
Entre os planos está a próxima geração de CPUs, Panther Lake e Nova Lake, que só avançam porque cumprem esta nova exigência de margem. Além disso, a Intel vai apostar num modelo de fabrico misto, deixando cair o velho modelo “IDM 2.0” e dividindo a produção entre as suas próprias fábricas e gigantes como a TSMC e a Samsung.
Nova Lake, por exemplo, será produzido tanto pela Intel Foundry como pela TSMC, para garantir qualidade e eficiência.
Este foco em rentabilidade pode significar menos variedade e menos risco por parte da Intel. Mas, mais importante que isso, também mostra uma empresa a tentar sobreviver no meio de uma guerra tecnológica dominada pela Nvidia e pela AMD.
Se vai resultar? Ainda é cedo para saber. Mas uma coisa é certa: na nova Intel, tudo tem de render.