Sam Altman, CEO da OpenAI, voltou a mostrar-se publicamente preocupado com o rumo da inteligência artificial. Desta vez, em Washington, onde foi reunir com o governo norte-americano.
Mas há aqui um paradoxo que não se pode ignorar! Altman está cheio de medo com o potencial da IA para criar fraudes e clones humanos… Porém, ao mesmo tempo, defende menos regulação para o setor.
“Estamos à beira de uma crise de fraude”
O CEO da OpenAI não mediu palavras.
Numa sessão na Reserva Federal, alertou para o perigo crescente de sistemas de IA serem usados para imitar pessoas de forma quase perfeita. “Ainda há instituições financeiras que aceitam voz como forma de autenticação. Isso é uma loucura nos tempos que correm”
Hoje em dia, a IA já consegue ultrapassar quase todos os métodos de verificação atuais, exceto passwords.
Mas não é só com voz.
O CEO da OpenAI prevê que brevemente surjam chamadas em vídeo e FaceTime com deepfakes indistinguíveis da realidade. O mais assustador? A tecnologia para isso já existe.
Não é o ChatGPT que a tem, mas há ferramentas de IA no mercado (muitas open source) que permitem recriar vozes e rostos em segundos ou minutos. Já há golpes a acontecer com base nisto.
A solução? Mais proteção? Não. Menos regulação.
Apesar dos receios públicos, a OpenAI está a pressionar o governo dos EUA para implementar regras mais leves. A ideia é que a América não fique para trás na corrida global pela IA, especialmente em relação à China.
É uma corrida que vai dar muito dinheiro, mas também é aterradora.
Entre os pedidos da OpenAI está a permissão para treinar modelos com base em conteúdos com direitos de autor (ainda que prometam compensar os criadores), o alívio das obrigações legais, apoio à infraestrutura e até o uso ativo de IA por parte do próprio governo.
Ou seja, por um lado alertam para um cenário de caos e fraude digital. Por outro, pedem para acelerar o desenvolvimento. A prioridade? Continuar a avançar com modelos cada vez mais poderosos.
E o utilizador? Fica por sua conta
Antes de mais nada, perante esta dualidade, a recomendação é clara: desconfia de tudo.
Não envies dinheiro a ninguém com base numa chamada, vídeo ou mensagem sem confirmação. Nem partilhes dados pessoais com chatbots. Não assumes que aquela voz ou cara do outro lado é mesmo quem diz ser.
Em suma… Sim, já estamos nesse ponto.