Huawei P20 Pro: o melhor smartphone da atualidade

Existem análises que não podem ser apressadas. É que com o grande número de smartphones que existem no mercado a grande diferença está, normalmente, nos pormenores. Foi exatamente para que não nos escapasse nada que pedimos à Huawei que nos colocasse nas mãos, durante mais de um mês, o afamado Huawei P20 Pro. A Huawei assim fez e aqui está, finalmente, a nossa análise.

Huawei P20 Pro: Design

A Huawei tem vindo a fazer um trabalho muito interessante ao nível do design que imprime nos seus equipamentos. Temos acompanhado esse trabalho, com maior exatidão, a partir do Huawei P9 (embora também estejamos familiarizados com os modelos anteriores) e observamos que todos os dispositivos demonstram uma certa evolução a nível estético e não só.

É verdade que da linha P9 para a P10 não existem diferenças abismais. No entanto, o Mate 10 Pro reflete todas as melhorias no design, que estão ainda mais patentes no Huawei P20 Plus.

De facto, o Huawei P20 Pro é um equipamento lindíssimo. Está muito bem equilibrado no que diz respeito à relação tamanho, peso e parece que tudo foi estudado para estar no sítio certo (ou pelo menos quase tudo, mas já lá vamos).

Na moldura superior temos a monocelha que abriga o auscultador redondo e a câmara para selfies. Na moldura inferior está o botão home que também funciona como sensor de impressões digitais. É exatamente a esta parte que nos queríamos referir quando falámos do quase tudo. A Huawei optou pela monocelha para garantir uma experiência de ecrã completo, o que nos pareceu muito bem. No entanto poderia ter feito uma moldura também ultra-fina na parte inferior para que essa experiência se concretizasse. Ao invés disso colocou um sensor de impressões digitais na parte frontal do smartphone.

Atenção que esteticamente fica bem e eu pessoalmente sou fã da existência de um botão Home e do próprio sensor na parte frontal. No entanto, não queria deixar de abordar este pormenor que me pareceu uma questão interessante.

À semelhança do que acontece no Mate 10 Pro, a saída para auscultadores foi à vida. Assim, ou adquirem uns auriculares Bluetooth ou utilizam um adaptador USB-C para áudio de 3.5mm. Na parte inferior encontramos apenas os altifalantes que rodeiam a porta USB-C.

Já na parte superior está um microfone secundário e ainda um sensor de infravermelhos. No lado direito está o botão que permite ligar e desligar o dispositivo e ainda o controlo de volume. Do lado esquerdo, existe apenas o slot para cartões SIM.

Embora a parte frontal seja muito atrativa, é a parte traseira deste equipamento que realmente domina. O modelo Twilight que testámos é simples fabuloso em termos de cor. É verdade que, por muito bonito que seja, não vai agradar a todos os utilizadores uma vez que muitos preferem cores mais sóbrias. No entanto e se for o vosso caso, podem optar por outras cores.

No lado esquerdo encontramos a configuração de câmara tripla que destaca este equipamento da concorrência, com duas câmaras a estarem mais próximas e outra circular mais afastada. Neste modo, ao invés do logotipo completo da Huawei surge apenas o nome da marca do lado esquerdo e no mesmo alinhamento das câmaras.

Este equipamento é verdadeiramente confortável na mão e a nosso ver tem a dimensão e o peso certo, nem mais, nem menos. Apesar do ecrã ser grande, é possível chegarmos a todo o lado com o nosso polegar, o que é sem dúvida uma boa notícia.

Já que falamos em design importa salientar que este dispositivo vem com certificação IP67 que significa resistência a água e a poeiras.

Huawei P20 Pro: Processador

Um dos pontos de honra do Huawei P20 Pro é sem dúvida o processador Kirin 970 que se junta a 6GB de memória e aposta na inteligência artificial como aspecto diferenciador. Na realidade é o mesmo processador que podemos encontrar no Huawei Mate 10 Pro e que tem um desempenho exatamente igual.

A plataforma de IA é executada numa Unidade de Processamento Neural dedicada (NPU), ou seja, um hardware que é muito bom na execução de redes neurais. Quando comparado com o processador, o NPU garante até 25 vezes o desempenho com uma eficiência até 50 vezes maior. Por outras palavras, o NPU do Huawei Kirin 970 pode executar as mesmas tarefas de processamento de IA mais rapidamente e com menos energia. Por exemplo, ao nível dos testes de reconhecimento de imagem, o Kirin 970 processa 2.000 imagens por minuto, cerca de 20 vezes mais rápido do que se todo o processo tivesse de ser suportado pelo CPU.

Os medidores de desempenho

Quando se fala de temas como a Inteligência Artificial, o principal medidor de desempenho são o número de operações de virgula flutuante que o processador consegue executar por segundo. A Huawei afirma que a NPU do Kirin 970 pode executar 1.92 TFLOPs (ou seja, teraFLOPS) ao usar números de virgula flutuante de 16 bits (ou seja, FP16). A FP16 e a FP8 têm vindo a tornar-se cada vez mais importantes no campo da IA, pois as redes neurais utilizam números decimais como parte das matrizes de cálculo. No entanto, esses números de virgula flutuante não precisam de ser tão exatos (ou seja, não necessitam de ter muitas casas depois do ponto). Isto significa que o FP16 e o FP8 são mais importantes do que os números de ponto flutuante de 32 bits ou mesmo de 64 bits.

Olhando para as restantes caraterísticas do processador, é fabricado pela TSMC através de um processo de 10nm. É um processador octa-core, com uma placa gráfica de 12 núcleos e um modem Cat 18 LTE de alta velocidade. O processador, propriamente dito, é semelhante ao antecessor, com quatro núcleos ARM Cortex-A73 e quatro núcleos ARM Cortex-A53, mas desta vez com as velocidades de relógio de 2,4 GHz e 1,8 GHz, respectivamente. O Huawei Kirin 970 é também o primeiro SoC comercial a utilizar a placa gráfica Mali-G72.

Huawei P20 Pro: Ecrã

O ecrã do Huawei P20 Pro é AMOLED, tem 6.1 polegadas e segue a proporção da moda de 18:7.9. Já no que diz respeito à resolução estamos perante um ecrã FHD+ com 1080 x 2244 pixéis. É verdade que a resolução do ecrã não é a maior disponível no mercado. No entanto parece-nos, sem dúvida, uma boa escolha uma vez que a imagem é realmente excelente. Olhando para as caraterísticas do ecrã, não é de estranhar que as cores sejam realmente vivas e que o preto do ecrã seja realmente preto.

De facto a Huawei dá muita atenção ao ecrã e para além dos próprios aspetos técnicos ligados à construção, importa salientar todas as otimizações e possíveis ajustes ao nível do software. Neste caso queremos focar algumas funcionalidades, a começar logo pela cor e modo de leitura. Essa opções que está dentro das opções de visualização, nas definições, permite ativar o Tom natural que ajusta automaticamente a temperatura de cor com base na iluminação ambiente.

Para além disso, o utilizador pode optar ainda por um modo normal em que as as cores parecem menos brilhantes e também pelo modo vívido. Outro aspeto que é possível controlar é a temperatura de cor para ir mais ao encontro dos gostos de cada utilizador.

Outra das caraterísticas muito interessantes do P20 Pro é a possibilidade de se esconder, ou não, a monocelha. Assim, apenas temos de ir à secção entalhe e optarmos pelo estilo predefinido que revela a monocelha, ou o modo que a oculta. No entanto isto não funciona muito bem em todas as aplicações. É que algumas não se encontram otimizadas para este modo.

Nas opções alusivas ao ecrã é ainda possível alterar-se o modo de visualização, o tamanho do texto, ajustar a resolução para, por exemplo, se poupar energia.

De uma forma geral conseguimos ver bem o ecrã em todas as ocasiões, mesmo sob luz solar direta, caso não seja muito intensa. Ainda assim e caso estejam a ter algumas dificuldade podem ver se têm uma opção ativada no modo escondido de programador. Assim acedam às definições, localizem sistema e dentro dessa opção carreguem em sobre o telefone. Posteriormente carreguem várias vezes em número da compilação até terem disponível o o menu de programador. Quando o mesmo estiver disponível voltem atrás e mais concretamente às definições e acedam às opções de programador. Aí verifiquem se têm ativada a opção Aumentar legibilidade sob a luz do sol. Caso não esteja, ativem-na e tudo irá melhorar.

Câmaras

E eis que chegamos a um dos pontos mais importantes no Huawei P20 Pro, ou seja a configuração de câmara tripla. Ora neste campo encontramos um sensor de 20 megapixeis monocromático, outro de 40 megapixéis RGB e ainda um de 8 megapixéis que disponibiliza o Zoom ótico de 3x. Eles têm aberturas diferentes, nomeadamente f/1.6, f/1.8 e f/2.4 respetivamente. Todas os sensores das câmaras têm, como não podia deixar de ser, a assinatura Leica.

O sensor de 40 megapixéis é na realidade o sensor principal e o que captura cor. Já a câmara de 20, sendo monocromática, centra-se especialmente no detalhe, o que ajuda a aumentar a definição da imagem. Para finalizar, a câmara com 8 é responsável pelo Zoom ótico e pela distância focal adicional.

No entanto não é só na utilização inteligente dos sensores que está o segredo para uma boa captura de imagem e importa salientar também algumas tecnologias como é o caso da Pixel Fusion que aumenta a absorção de luz.

Outras caraterísticas do Huawei P20 Pro dão conta de um zoom hibrído de 5X, zoom ótico de 3x, focagem preditiva e gravação de vídeo em super câmara lenta com 960 fps.

Ao abrirmos a aplicação de câmara e ao acedermos às definições rapidamente percebemos que temos quatro opções ao dispor, nomeadamente, 40 megapixeis, 10 megapixeis e duas opções de sete. Destas, o modo de 10 megapixéis é o standard que vem ativo no equipamento. Logo à partida este modo garante um detalhe muito maior e dá-lhe ainda a possibilidade de utilizar o zoom ótico e o zoom hibrído. Ao nível da focagem importa salientar que é muito rápida, tanto com condições de muita luz, como em luz reduzida.

Já se é daquelas pessoas que adora megapixéis e quer utilizar o modo de 40, então faça-o apenas se existir luz suficiente. Importa também ter em atenção que nesse modo não vai conseguir ter acesso à capacidade de zoom.

As imagens capturadas pelo Huawei P20 Pro são realmente muito boas e até mesmo quando se utiliza o zoom. Mesmo com a utilização do Zoom hibrído conseguimos obter muitas detalhes nas imagens que com outro equipamento não seria possível.

Foto capturada com a utilização de zoom híbrido 5X

Outra das situações em que este equipamento é algo do outro mundo é na fotografia com condições de luz reduzida. De facto conseguimos capturar imagens que de outro modo nunca seria possível, como revelam as imagens abaixo.

O modo noturno é sem dúvida algo impressionante e nunca tinhamos conseguido capturar uma imagem com esta qualidade, sem ser necessário recorrer a um tripé. Nenhum outro consegue disponibilizar estes resultados.

Outro dos elementos muito importantes da câmara é o próprio processador que está presente neste equipamento e que tem um motor de processamento baseado em redes neurais, algo que abordámos mais acima. De facto a inteligência artificial e a aprendizagem de máquina têm um papel muito importante neste equipamento ao nível da fotografia.

De uma forma rápida é possível identificar diversas cenas, sendo que todas as alterações são aplicadas de forma automática. Se tivermos a capturar uma imagem com muito céu azul, o Huawei P20 Pro vai detectar esse cenário e ajustar todas as definições de modo a que obtenha a melhor qualidade de imagem.

Bons sensores, um bom processador e boas tecnologias têm de ser obrigatoriamente suportados por uma boa aplicação e é exatamente isso que acontece no Huawei P20 Pro. Temos acesso a uma aplicação muito completa que com um simples deslizar nos permite passar por diversos modos, nomeadamente, abertura, noite, retrato, fotografia, Vídeo, Pro, entre outros.

É sem dúvida fácil de utilizar e adapta-se a todo o tipo de utilizadores. Quem gosta de agarrar no equipamento e “disparar” vai poder fazê-lo, assim como os profissionais vão também poder ajustar todas as definições.

Ao nível das selfies a câmara frontal também oferece bons resultados e o modo de beleza funciona muito bem.

Mesmo à noite e com uma simples iluminação o P20 Pro é capaz de resultados surpreendentes
Mesmo à noite e com uma simples iluminação o P20 Pro é capaz de resultados surpreendentes

No modo de vídeo, importa salientar que o P20 Pro permite capturar vídeo em 4K a 30 fps e também 1080p a 60fps e 30fps. À excepção dos 1080p a 30fps, conseguir estabilidade nos 4K é muito complicado a menos que tenham mão de cirurgião.

Destaca-se ainda a presença de um modo de super câmara lenta a 960fps que captura imagem com uma qualidade 720p. Não é fácil encontrarmos o momento certo mas se tiveram boas condições de luz vão gostar muito dos resultados.

Bateria

A mais recente aposta da Huawei vem com uma bateria de 4000mAh que garante autonomia para cerca de dia e meio com uma utilização regular. Na prática é exatamente a mesma experiência que tinhamos com o Huawei Mate 10 Pro, o que são sem dúvida boas notícias para quem não gosta de ficar “descalço”. Para quem faz uma utilização intensiva do equipamento, podem contar, pelo menos, com um dia inteiro de automomia.

Desempenho

O desempenho é daquelas áreas onde não gosto de ser muito técnico. No fundo, o que conta é a experiência de utilização e por esse motivo vou deixar um pouco de fora os benchmarks. No entanto e se quiserem uma comparação do processador presente neste equipamento com os concorrentes da Qualcomm posso-vos dizer que está na mesma linha do Snapdragon 835, mas fica um pouco atrás do 845 e até do próprio Exynos da Samsung. No entanto o que vale isto? Muito pouco.

A melhor forma de medirmos o desempenho de um equipamento é andarmos com ele no dia-a-dia e vermos como se comporta nas mais variadas situações. Uma coisa vos garanto: – este equipamento não soluça. Estamos perante um dispositivo muito rápido, com uma interface que responde rapidamente e com capacidades multi-tarefa acima da média. No que toca a jogos, experimentámos alguns dos títulos mais pesados como o Asphalt 8: Airborne e não ocorreu qualquer atraso.

Software

Ao nível do software devo confessar que gosto muito do EMUI. É uma interface muito completa, altamente personalizável e relativamente leve. A versão 8.1 vem com diversas caraterísticas interessantes sendo uma delas a possibilidade de transformar o equipamento num servidor de ficheiros. Atenção que para poderem usar esta funcionalidade em primeiro lugar necessitam de a ativar no vosso smartphone. Para esse efeito, terão de aceder ao menu Definições e posteriormente a ligações do dispositivo. Dentro desse menu têm de carregar em Huawei Share. Liguem o smartphone ao vosso computador, quer tenha o sistema operativo Windows ou macOS e ativem o Huawei Share e a opção logo abaixo desta, ou seja, Partilhar com o computador.

EMUI 8.1

Posteriormente vão ver que o equipamento já aparece nas partilhas. Esta partilha de ficheiros funciona a partir do conhecido protocolo SMB que garante um acesso simples a ficheiros, impressoras e outros dispositivos dentro da mesma rede.

Veredicto

O Huawei P20 Pro é sem dúvida o melhor equipamento da atualidade e nasce do enorme investimento que este fabricante tem feito no campo da investigação e desenvolvimento. É ultra-rápido, tem uma câmara traseira de sonho que vos vai surpreender em condições de baixa luz (e não só) e um design muito atrativo. Depois de um mês e meio a experimentá-lo posso dizer que não tenho nenhum ponto negativo a apontar enquanto utilizador. É rápido, funciona bem e é certamente uma boa aposta. É por esse motivo que leva o nosso carimbo de excelente! O preço indicativo é de 899 Euros.

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Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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