A Huawei é atualmente o terceiro maior fabricante de smartphones – atrás da Samsung e da Apple – e vende equipamentos em todo o mundo. No entanto, a empresa chinesa é praticamente desconhecida nos EUA. Alegações de roubo de propriedade intelectual e espionagem têm vindo a perseguir este fabricante nos Estados Unidos, dificultando fortemente a entrada na terra do Tio Sam.
No início deste mês, “pressões políticas” deitaram por terra um acordo entre a Huawei e a AT&T que iria garantir a entrada dos equipamentos deste fabricante nos Estados Unidos. Agora, a Bloomberg revelou que a Verizon também decidiu não vender smartphones Huawei, incluindo o novo Mate 10 Pro.
As dificuldades da Huawei nos EUA começaram em 2003, quando a Cisco a acusou de roubar código para o software do router. Mais tarde e mais concretamente em 2008 voltaram a surgir problemas quando a tentativa da Huawei comprar a 3Com foi bloqueada. Em 2011, o Departamento de Defesa dos EUA informou o Congresso de que estava preocupado com os laços estreitos desta empresa com os militares chineses, sendo que um relatório oficial em 2012 expressou publicamente estas preocupações.
Apesar de todos estes acontecimentos, a Huawei transformou-se num importante fornecedor de equipamentos de rede e telecomunicações em todo o mundo, especialmente na Europa e na China, com os Estados Unidos a ficarem de fora onde nenhum hardware de rede desta marca é utilizado pelas grandes operadoras; em 2013, a Sprint resolveu colocar um ponto final na utilização de hardware da Huawei, o que levou a empresa chinesa a afirmar publicamente que não estava interessada no mercado dos EUA.
Importa salientar que as preocupações de espionagem em território americano não se resumem à Huawei e foram expressas em relação a outra empresa chinesa de telecomunicações, a ZTE.
Os EUA não estão sozinhos nestas suspeitas; A Huawei foi impedida de concorrer na construção da Rede Nacional de Banda Larga da Austrália em 2012, novamente devido a receios de espionagem. Por outro lado, o Reino Unido implementou o hardware da Huawei em sistemas críticos de comunicação. No entanto para dar resposta às preocupações de segurança, a Inglaterra criou uma organização de avaliação do software denominada Centro de Avaliação de Segurança Cibernética da Huawei, que é supervisionada pelo GCHQ.
A construção iminente da rede móvel 5G, que oferece novas oportunidades para a venda de hardware de rede volta a trazer a questão da privacidade às luzes da ribalta, com diversos elementos da administração Trump, a mostrarem-se preocupados. O principal objetivo é deixarem qualquer equipamento chinês de fora.
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