O mais recente SoC topo de gama da Qualcomm (Snapdragon 865) trouxe suporte a gravação 8K para o mundo dos smartphones. Ou seja, a partir de 2020, temos poder de processamento suficiente para capturar vídeos nesta super resolução. Contudo, termos a possibilidade de o fazer, não faz com que seja uma boa ideia.
Esta resolução é um salto bastante significativo na qualidade de gravação em relação aos velhinhos 4K. No entanto, verdade seja dita… A gravação 8K ainda tem muita sopinha para comer no mundo dos smartphones, para ser levada como uma funcionalidade útil e séria.
Gravação 8K num smartphone é parvo! Sabe porquê? Porque os 4K ainda não chegaram ao seu potencial máximo, e as marcas já querem pegar no passo seguinte para efeitos de marketing!
Portanto, caso já não se lembre, quando o 4K chegou originalmente aos smartphones, veio com uma mão cheia de problemas à mistura. Aliás, passados alguns anos, alguns deles ainda são uma realidade em alguns modelos no mercado… Como o sobre-aquecimento, ou limite de tempo na gravação. Por isso, é fácil chegar à conclusão que as fabricantes estão prontas a cometer o mesmo erro, agora ainda mais grave, porque o 4K ainda não chegou ao seu potencial máximo.
É preciso ter em conta, que no meio disto tudo, ao ativar a opção 8K 30FPS vai existir uma imensidão de dados a entrar, o que irá stressar a memória, o sensor, o chipset e o ISP. Tudo componentes que não têm direito a muito espaço dentro do smartphone, e por causa disso, vão ter de gerar calor e baixar a sua performance. (Num nível mais sério, podemos também incluir crashes e reinicio automático do aparelho).
Sim, alguns telemóveis já gravam conteúdo 8K… Mas com várias limitações!
Alguns dos smartphones mais famosos com esta capacidade são os recentes Galaxy S20. Aliás, a Samsung puxou forte e feio pelo 8K no seu material de marketing. No entanto, esta funcionalidade vem com um limite de tempo de 5 minutos em todos os modelos… Pois, o problema é que o limite poderá ser ainda mais baixo, caso a temperatura ambiente seja demasiado alta que o normal. Ou o SoC ainda não tenha tido tempo suficiente para arrefecer. Além disto, se por acaso está a gravar algo, e o tempo acaba, pode perder um momento de extrema importância apenas e só porque quis gravar em 8K. (Muita coisa pode acontecer enquanto uma gravação termina e outra começa)
Mas aqui nem posso apontar demasiado o dedo à fabricante Sul Coreana, porque todas as fabricantes fazem isto. Usam as novas funcionalidades (mesmo que limitadas ou inacabadas), como desculpa para gigantescas campanhas de marketing.
Para gravar 8K, vai ter de ter uma imensidão de espaço disponível na memória do seu smartphone.
Muitos utilizadores pensam que o 8K é o dobro do 4K, mas as coisas não são bem assim… A resolução 8K é na verdade 4x maior que o 4K, e se por acaso já gravou na ‘velhinha’ resolução 4K, sabe que o armazenamento é um problema sério. Agora imagine esse problema multiplicado por 4.
Como já deve ter percebido, com um aumento na resolução, temos também um aumento na quantidade (e velocidade) de armazenamento que é necessária por cada sessão.
Dito isto, a Samsung afirma que a sua atual solução precisa de gravar 600MB por minuto de gravação (8K 24FPS). No entanto, a fabricante não partilha o bitrate das filmagens. Por isso, se esse valor aumentar, a quantidade de armazenamento também irá aumentar. Além disto, se o framerate aumentar dos 24FPS para os 30FPS, temos outro aumento em cima.
Em paralelo, como disse em cima, devido à velocidade de transferência exigida, pode esquecer os cartões microSD! Visto que não chegam aos standards das fabricantes para guardar conteúdo de alta resolução. Por isso, esta conta complicada do armazenamento tem de ser sempre feita com a memória interna.
Como é óbvio, o 8K vai melhorar imensamente no futuro!
Como é normal, estamos ainda muito no início. Aliás, na verdade, não estamos a dizer que o 8K é o diabo na terra, nada disso. Apenas estamos a dizer que as fabricantes deveriam apostar primeiro no 4K, trazendo o 8K para o mercado quando estiver realmente pronto para os holofotes.
Afinal de contas, apesar de todo o marketing, se gravar em 4K ou 2K, vai quase sempre ter uma melhor qualidade de imagem.
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