O processador que dá vida à nova gama de smartphones Google Pixel é feito nas linhas de produção da gigante Sul Coreana Samsung, mas não é baseado nas tecnologias mais avançadas da mesma. Ou seja, a Google não está a utilizar o mais recente processo 4nm LPP+, o que por sua vez deverá significar que em termos de performance e eficiência, o processador dos Pixel 8 fica um pouco atrás daquilo que a indústria é capaz de oferecer em 2023.
Porquê? Isto é mau? É uma desvantagem? Bem, a Google não quer andar atrás das tecnologias mais recentes, e mais caras do mercado. Foi exatamente por isso que decidiu desistir da parceria com a Qualcomm.
A gigante da pesquisa prefere apostar em inteligência. Ou seja, utilizar os recursos que tem ao seu dispor da melhor forma possível, agora com muito IA à mistura. Por isso não, isto não é uma desvantagem. É estratégia.
Google não quis as linhas mais avançadas da Samsung
Portanto, ao contrário de todas as outras fabricantes de smartphones do planeta, em qualquer evento de apresentação ‘normal’, a Google preferiu não falar muito das especificações do Tensor G3, o SoC que dá vida ao Pixel 8 e Pixel 8 Pro. Porquê? Porque o foco não é, nem nunca foi, a performance pura e dura.
Porém, é interessante ficar agora a saber que o novo SoC dos smartphones Pixel usa um processo de produção de 4nm mais antigo da Samsung. Sim, o Tensor G3 está a chegar agora ao mercado, mas nem por isso é baseado nas tecnologias mais recentes da indústria.
De forma mais concreta, o Tensor G3 é um processador com 9 núcleos no lado do CPU, sendo acompanhado por um GPU Mali-G715. É um SoC incapaz de rivalizar com as ofertas mais recentes da Qualcomm, Mediatek ou Apple, em termos de performance pura e dura, mas ainda assim, é um SoC próprio de um smartphone topo de gama, sendo exatamente por isso que a Google está a conseguir meter tantas funcionalidades nos seus mais recentes topo-de-gama.
Em suma, é um processador produzido nas linhas Samsung 4nm LPP, em vez das mais recentes, mais eficientes (e mais caras) linhas 4nm LPP+.
É tudo uma questão de preço!
Caso não saiba, cada Snapdragon 8 Gen2 custa cerca de 160$, o que obviamente também se deve ao uso das linhas da TSMC, que são hoje em dia significativamente mais caras relativamente a tudo aquilo que a Samsung oferece.
Desta forma, ao optar pela Samsung, e mais concretamente por um processo mais antigo, a Google consegue poupar algum dinheiro, e assim apostar noutras vertentes potencialmente mais importantes para a longevidade dos seus aparelhos. Um excelente exemplo é o tema que falámos ontem:
Além da performance vinda do lado da nuvem, temos ainda de referenciar o excelente suporte via software. Afinal de contas, a Google oferece agora 7 anos de atualizações para os seus Pixel.
Isto tem consequências?
Caso não se lembre, o processo de 4nm LPP da Samsung tem alguns problemas no campo da eficiência energética. Sendo exatamente por isso que os Pixel continuam com alguns problemas no campo do aquecimento, o que também resulta num delta significativo de performance entre o modelo Base e o modelo Pro.
O modelo Pro tem mais área de arrefecimento, e como tal, é capaz de oferecer um desempenho ~11% superior.
Mas… No grande esquema das coisas, isto faz diferença? Não. As fabricantes estão a dar cada vez menos importância à performance pura e dura, para inovar noutros campos. A Google está na fila da frente.
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