É o “elefante na sala” dos wallpapers. Quando desbloqueias o telemóvel e dás de caras contigo mesmo, as críticas são justificadas? Fomos analisar este fenómeno curioso. É aquele momento estranho. Estás no metro, olhas de relance para o telemóvel da pessoa ao lado quando ela o desbloqueia e… bam! Dás de caras com a cara dela. Em tamanho gigante. A olhar para o vazio. Ou talvez sejas tu essa pessoa. Talvez tenhas aquela selfie onde a luz estava perfeita, ou aquela foto profissional do LinkedIn no ecrã do telemóvel. Mas afinal porque gera isto tantas críticas?
Usar a própria foto no ecrã do telemóvel
Seja como for, é um comportamento que divide águas. Para uns, é o cúmulo da vaidade; para outros, é apenas uma foto fixe. Mas será que ter o próprio rosto como papel de parede justifica as críticas de que somos uma sociedade obcecada por nós mesmos?

Vamos dissecar isto, sem julgamentos (ou talvez só um bocadinho).
A Acusação: O “Espelho Mágico” Digital
Vamos ser honestos: a primeira reação da maioria das pessoas quando vê alguém com a própria foto no ecrã é um revirar de olhos mental.
A crítica é fácil: “Que narcisista”. Quem é que precisa de olhar para a sua própria cara as 150 vezes por dia que desbloqueia o telemóvel em média? É o equivalente moderno a ter a casa cheia de espelhos ou a parar em todas as montras para verificar o reflexo. Parece gritar: “Eu sou a coisa mais interessante que este aparelho tem para mostrar”.
Se o teu wallpaper és tu a fazer “biquinho” no espelho do elevador, prepara-te: as críticas de vaidade vão chover.
A Defesa: Não é (sempre) sobre ti
Mas calma, nem tudo é preto e branco no mundo dos ecrãs OLED. Há quem defenda esta prática com unhas e dentes, e com argumentos válidos que vão além do simples ego.
1. O “Boost” de Confiança Necessário
Vivemos num mundo que passa a vida a dizer-nos que não somos suficientes. Às vezes, ter aquela foto onde nos sentimos genuinamente bonitos, felizes ou confiantes pode ser um lembrete positivo. Se te sentes bem ao olhar para ti, por que não? É um pequeno ato de autoafirmação no meio de um dia caótico de emails e notificações de más notícias. É amor-próprio, não necessariamente doença.

2. A Memória, Não a Cara
Muitas vezes, a foto não é sobre o rosto, mas sobre o contexto. Se tens uma foto tua a cortar a meta de uma maratona, no topo de uma montanha que escalaste, ou a rir à gargalhada num momento incrível, o wallpaper não é sobre “olhem como sou giro”. É sobre “olhem o que eu vivi”. É um troféu digital de um momento feliz em que tu eras o protagonista.
3. A Desculpa Prática (Será?)
Há ainda a fação pragmática: “Se eu perder o telemóvel e alguém o encontrar, veem logo a minha cara e sabem que é meu”. Ok, aceitamos a tentativa. É uma desculpa um bocado esfarrapada (um contacto de emergência no ecrã de bloqueio funciona melhor), mas vale o esforço.
O Veredito: É “Cringe” ou é Fixe?
Entretanto a linha entre o amor-próprio saudável e o narcisismo digital é ténue.
Justifica as críticas ferozes? Provavelmente não. Assim cada um sabe de si e do que o faz sentir bem. Se a tua cara te traz alegria, força nisso.
Mas, se queres a nossa opinião “gira”: é um bocadinho cringe? É, sim senhor. Assim talvez uma foto do teu cão, daquela praia nas Maldivas onde nunca foste, ou o clássico fundo preto para poupar bateria sejam opções mais seguras para evitar olhares de lado no autocarro. E tu? Qual é o teu wallpaper neste momento? (Prometemos não julgar).

