Os falsos arrumadores de carros que afinal não querem ajudar

Em muitas cidades portuguesas, sobretudo junto a supermercados, hospitais, zonas de diversão noturna e praias, é comum cruzarmo-nos com os chamados “arrumadores de carros”. Muitos pedem uma moeda em troca de “vigiar” o veículo, mas nem todos têm boas intenções. Entre os verdadeiros arrumadores de carros que procuram uma ajuda financeira e os falsos, há uma diferença clara: estes últimos não querem ajudar, querem aproveitar-se da distração ou do medo do condutor.

Como funciona o truque

O esquema é simples e repete-se em vários locais:

  • O falso arrumador aproxima-se assim que estacionas.
  • Oferece “ajuda” para estacionar, indicando manobras ou gestos exagerados.
  • No fim, pede dinheiro de forma insistente, muitas vezes com uma postura intimidadora.
  • Se recusares, podem ameaçar riscar o carro, furar pneus ou simplesmente manter-se por perto a criar pressão.

Em alguns casos, aproveitam o momento em que o condutor baixa o vidro para tentar roubar objetos do interior do carro. Há também relatos de pessoas que, após pagarem, viram o carro danificado minutos depois, o que demonstra que não há qualquer garantia de proteção.

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Porque é que resulta?

Este truque baseia-se em três fatores psicológicos:

Medo. ninguém quer regressar e encontrar o carro riscado ou vandalizado.

Pressão social. O pedido é feito de forma direta, na cara do condutor, dificultando a recusa.

Rapidez. Tudo acontece em segundos, sem dar tempo para pensar ou recusar calmamente.

A combinação destes elementos faz com que muitos condutores acabem por ceder e entregar moedas, mesmo desconfiando das intenções.

Casos relatados em Portugal

Em algumas cidades, foram registadas queixas de condutores que alegam ter sido extorquidos de forma velada: pagaram para evitar problemas. Há também relatos de grupos organizados que controlam zonas específicas e não permitem que outros arrumadores “concorram” no mesmo espaço.

Os riscos para os condutores

Aceitar este tipo de interação pode trazer vários riscos:

Perda de dinheiro constante: mesmo que sejam “apenas moedas”, a pressão diária acumula.

Danos no carro:  em caso de recusa, há risco de represálias.

Furto rápido: basta um vidro aberto para que um objeto seja levado em segundos.

Insegurança pessoal: em situações noturnas ou zonas isoladas, o confronto pode escalar.

Como te protegeres deste truque

Embora não possas evitar cruzar-te com falsos arrumadores, há medidas que reduzem o risco:

Estaciona em parques vigiados ou com parquímetro oficial. Assim mesmo que pagues, tens segurança real.

Mantém os vidros fechados. Como tal evita abrir a janela em locais suspeitos.

Não deixes objetos visíveis dentro do carro. Telemóveis, malas ou moedas chamam atenção.

Recusa de forma firme e educada. Assim evita confrontos diretos, mas mostra que não vais ceder.

Contacta as autoridades em caso de ameaça ou vandalismo, denuncia à PSP ou GNR.

O que dizem as autoridades

A PSP já deixou claro que não é obrigado a dar dinheiro a arrumadores e que, em caso de ameaça, o condutor deve chamar a polícia. Algumas câmaras municipais têm tentado controlar esta prática através de zonas concessionadas de estacionamento, mas o problema continua em muitas cidades.

Os falsos arrumadores de carros não estão lá para ajudar estão a explorar o medo e a distração dos condutores. O truque é simples, mas eficaz, porque joga com a insegurança de quem estaciona em locais públicos.

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A ferver

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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