(Especial) Os carros a hidrogénio estão a falhar! Porquê?

Hoje em dia, muito se fala da evolução dos carros elétricos e consequente fim dos carros a combustíveis fósseis, ou seja, dos carros com motores que precisam de gasóleo ou gasolina para funcionar.

Então… e os carros movidos a hidrogénio? É que em boa verdade, quando se fala da redução das emissões, a conversa acaba quase sempre nesta forma de combustível. Sendo, na verdade, a solução mais óbvia para o problema. No entanto, apesar de tudo o que vai sendo dito acerca deste ‘futuro’, a verdade, é que o foco parece estar a 100% na eletrificação! Porquê?

(Especial) Os carros a hidrogénio estão a falhar! Porquê?

Portanto, quando dizemos que os carros a hidrogénio estão a falhar, não estamos a falar da sua performance ou de outro tipo de problemas. Estamos sim a falar na falta de aposta na sua implementação no mercado automóvel. Afinal de contas, por enquanto, apenas existem três carros a hidrogénio no mercado, onde o mais ‘normal’ e mais barato é o Mirai da Toyota.

Mas vamos por partes.

Qual é a grande razão para o Hidrogénio ser cada vez mais uma tecnologia esquecida, em vez da grande aposta para meter os combustíveis fósseis de lado?

Bem, de forma muito resumida, o hidrogénio parece ser uma solução perfeita, visto que quando utilizado como combustível, a única coisa que sai do tudo de escape do seu automóvel é água. No entanto, existem várias razões para o hidrogénio não ser, pelo menos ainda, a derradeira solução para o mundo automóvel.

Sim, é um combustível que além das tão badaladas 0 emissões, também pode ser posto dentro do tanque de combustível do seu automóvel da mesma exata maneira que põe gasolina ou gasóleo. Sendo super prático. Ou seja, em teoria, é tão prático quanto os antigos combustíveis fósseis.

Contudo, é um combustível ainda muito ineficiente, em comparação direta aos veículos elétricos. Além disso, e talvez o fator mais importante no meio de tudo isto, a produção de hidrogénio ‘verde’ é extremamente complexa, e por isso cara, sendo necessário o método de eletrólise de água, o que basicamente separa o H do O2 (água -> H2O).

Claro que é possível produzir hidrogénio a partir de outras formas, utilizando combustíveis fósseis como o metano. Mas isto derrota o propósito do combustível, visto que desta forma, é impossível fugir aos gases poluentes.

Em suma, a única maneira de criar hidrogénio ‘verde’, é com a eletrólise de água a partir de energias renováveis. Um processo extremamente ineficiente. Ou seja, que infelizmente desperdiça grandes quantidades de energia.

Afinal de contas, segundo um estudo muito recente, o processo de produção de hidrogénio ‘verde’ desperdiça 30% da potencial energia logo na separação. Como se isto não fosse suficiente, posteriormente, temos outros 26% perdidos no transporte do combustível para os postos.

Ou seja, só na produção e transporte do combustível, já perdemos 48% do potencial energético do combustível. Claro que parte desta perda poderia ser eliminada ao produzir hidrogénio nas próprias bombas de combustível. No entanto, isto nunca irá acontecer, porque é um processo extremamente dispendioso, que custaria vários milhões, por posto de combustível selecionado.

Entretanto, como deve imaginar, é óbvio que existe sempre perda no potencial energético. Isto também acontece nos motores a combustão. No entanto, por exemplo, em comparação à energia elétrica que utilizamos em casa, apenas perdemos 5% do seu potencial no transporte.

O hidrogénio ainda não chegou ao tanque de combustível do seu carro, e já perdeu quase 50% do seu potencial energético! Mas há mais problemas.

Pois bem, ainda temos mais perdas a considerar, visto que o motor do seu carro a hidrogénio não vai ser capaz de aproveitar ao máximo o combustível que consome. É exatamente por isso que no mercado atual, os veículos movidos a hidrogénio utilizam células de combustível, onde o hidrogénio e oxigénio é recombinado para dar origem a água. O resultado desta recombinação é nada mais nada menos que eletricidade. No entanto, mais uma vez, temos uma perda de energia muito significativa… Mais ou menos metade! Ou seja, dos 100% iniciais, estamos agora a andar com apenas 26%.

Ou seja, o grande problema, é mesmo a ineficiência de todo o sistema. Desde a sua produção até à sua utilização no dia-a-dia.

Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Ainda acredita no hidrogénio? Ou será o futuro são os elétricos?

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Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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