Ir ao supermercado e escolher fruta fresca parece uma tarefa simples. Olhas, escolhes as peças mais bonitas e maduras, colocas no saco e segues viagem. Mas há um detalhe que quase ninguém considera e que pode estar a fazer com que tragas para casa muito mais pesticidas do que pensas. Sim, não basta lavar bem a fruta quando chegas a casa. Muitas vezes, o erro acontece logo a escolher fruta no supermercado.
A armadilha da fruta “perfeita”
A maior parte das pessoas olha primeiro para a fruta que parece mais bonita: maçãs brilhantes, uvas reluzentes, morangos vermelhos sem uma única mancha. Mas essa “perfeição” nem sempre é sinal de qualidade. Pelo contrário: muitas vezes, são precisamente as frutas mais vistosas que foram sujeitas a tratamentos químicos mais intensivos.
Esses pesticidas e ceras aplicados para conservar a fruta durante mais tempo dão-lhe um aspeto quase artificial e, mesmo que laves, nem sempre consegues eliminá-los por completo.
O erro que quase todos cometem a escolher fruta no supermercado
O erro mais comum é escolher fruta pelo aspeto, em vez de pelo cheiro, peso e textura.
- Brilho excessivo pode ser sinal de cera protetora.
- Cor demasiado uniforme pode indicar uso de químicos.
- Frutas muito grandes em comparação com o normal muitas vezes resultam de fertilização intensiva.
Ao escolheres sempre “as mais bonitas”, estás sem querer a levar para casa as mais carregadas de pesticidas.
Como reconhecer fruta com menos químicos
Felizmente, há truques simples para perceber quais são as opções mais seguras:
Prefere fruta da época. A fruta fora da época precisa de mais químicos e transporte longo.
Dá prioridade ao cheiro. Uma maçã ou laranja com cheiro intenso é mais natural do que uma “perfeita” mas sem aroma.
Olha para as pequenas imperfeições. Pontos, tamanhos diferentes e cores irregulares são sinais de menor intervenção química.
Vê a etiqueta. Produtos com selo biológico ou de produtores locais tendem a ter menos pesticidas.
Mas lavar não resolve tudo?
Muita gente pensa: “Não faz mal, eu lavo em casa.” Lavar ajuda, claro. Mas nem sempre resolve. Alguns pesticidas penetram na casca ou são aplicados em várias fases do cultivo. Isso significa que não basta passar por água e nalguns casos nem descascar elimina totalmente os químicos.
É por isso que escolher bem no supermercado já faz metade da diferença.
A importância de variar
Outro truque importante é não comprar sempre a mesma fruta da mesma origem.
Ao variar a tua escolha maçãs esta semana, pêras na próxima, bananas de regiões diferentes reduces a exposição repetida ao mesmo tipo de pesticida.
Os mais críticos: morangos, uvas e maçãs
Nem todas as frutas acumulam pesticidas da mesma forma. Segundo relatórios internacionais como o Dirty Dozen, algumas estão quase sempre no topo da lista das mais contaminadas:
Morangos: pela pele fina e consumo direto.
Uvas: pequenas, tratadas várias vezes contra pragas.
Maçãs: frequentemente polidas com cera para brilhar nas prateleiras.
Isto não significa que devas deixar de as comer, mas sim que deves ser ainda mais criterioso na escolha.
O impacto na saúde
A ingestão prolongada de pesticidas pode ter efeitos cumulativos no organismo. Alguns estudos associam níveis elevados à irritação gastrointestinal, problemas hormonais e até maior risco de doenças crónicas.
E o mais preocupante é que não é preciso consumir grandes quantidades: basta repetir o mesmo erro de escolha, semana após semana, para a exposição aumentar.
Como comprar fruta de forma mais segura
Prefere mercados locais. Os produtores pequenos usam menos químicos do que as grandes cadeias.
Compra em menor quantidade. Assim evitas fruta armazenada durante semanas em câmaras com conservantes.
Experimenta lavar com solução de vinagre. Ajuda a reduzir resíduos, embora não elimine todos.
Procura selos de certificação biológica. Podem ser mais caros, mas reduzem bastante o risco.
Variedade é chave. Alterna frutas para diversificar nutrientes e reduzir repetição de químicos.
Da próxima vez que estiveres no corredor da fruta, lembra-te: nem sempre o mais bonito é o melhor. O erro de escolher sempre as peças perfeitas pode estar a encher a tua despensa e o teu corpo de pesticidas desnecessários. O segredo está em usar os sentidos certos: cheirar, sentir o peso, reparar nas pequenas imperfeições.
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