O que encontrei enterrado na areia e pode estar na tua praia

Sempre adorei caminhar pela praia. Há qualquer coisa de terapêutico em sentir a areia molhada nos pés, ouvir o som das ondas e deixar que o vento do mar limpe a mente. Mas naquela manhã de verão, algo completamente inesperado fez-me olhar para a areia de outra forma. Era cedo, o sol ainda não estava forte e a praia estava praticamente vazia. Caminhava junto à água, a observar pequenas conchas e pedaços de algas, quando reparei numa elevação estranha na areia. Não era uma pedra. Não era lixo normal. Era algo mais sólido… e parecia estar enterrado na areia há algum tempo.

A curiosidade falou mais alto

Usei o pé para afastar a camada superficial de areia e, para minha surpresa, vi uma superfície metálica e enferrujada. De início, pensei que fosse apenas uma lata velha ou parte de algum objeto perdido no mar. Mas havia qualquer coisa de diferente: tinha um formato regular e, curiosamente, estava presa por algo que parecia uma pequena corrente.

Olhei à volta. Ninguém por perto. Continuei a escavar com cuidado, usando as mãos. E foi aí que percebi que aquilo não era apenas “lixo”. Era algo que, em certas circunstâncias, podia ser muito perigoso e até ilegal de ter.

Comecei a sentir um certo nervosismo. Afinal, não fazia ideia do que podia estar ali enterrado. Num momento pensei se seria algum objeto histórico, perdido por um pescador ou até algo de contrabando que o mar tinha trazido. Noutra hipótese, imaginei se podia ser algo relacionado com mergulhadores… ou pior, com algum tipo de armadilha.

Lembrei-me de histórias que já tinha lido: praias onde encontraram munições antigas, granadas da II Guerra Mundial, restos de equipamentos militares, até cápsulas misteriosas vindas de contentores caídos ao mar. Situações raras, mas que acontecem.

Mas o que seria este objeto enterrado na areia?

Quanto mais tirava areia, mais percebia que o objeto estava bem preso. E, sinceramente, comecei a questionar-me se devia continuar. O bom senso dizia para parar. Não sabemos o que o mar esconde. Pode parecer apenas ferro velho, mas pode conter químicos perigosos, partes cortantes, ou até ser um dispositivo que alguém escondeu de propósito.

Acabei por fazer o que qualquer pessoa responsável deve fazer ao encontrar um objeto destes enterrado na areia: afastei-me, tirei uma foto à localização e chamei a Polícia Marítima. Quando chegaram, isolaram a área e, sem entrar em muitos detalhes, confirmaram que era algo que não devia estar ali e que, sim, podia ser perigoso.

Não me disseram exatamente o que era, mas deixaram um aviso claro: nunca mexer em objetos estranhos na areia. Se algo parece fora do normal, o melhor é não tocar e chamar logo as autoridades.

E aqui está o ponto mais importante: a praia parece um lugar inofensivo, mas o mar é imprevisível. Todos os anos, são encontrados desde destroços de embarcações até materiais perigosos arrastados pelas correntes. E nem sempre vêm de perto às vezes viajam centenas ou milhares de quilómetros antes de dar à costa.

Em alguns países, como Cabo Verde ou até regiões do Reino Unido, já houve alertas para visitantes sobre “achados” que eram, na verdade, munições antigas ou equipamentos militares enferrujados. Em Portugal, casos mais discretos também já aconteceram, especialmente depois de tempestades fortes que revolvem o fundo do mar.

Ir à praia pode arruinar-lhe a carteira com estas multas escondidas!

O que deves fazer se encontrares algo suspeito na areia:

  • Não toques nem tentes remover o objeto.
  • Afasta-te da zona e evita que outras pessoas se aproximem.
  • Anota o ponto exato (ou tira uma foto) para facilitar a localização.
  • Contacta a Polícia Marítima ou o nadador-salvador mais próximo.

No meu caso, fiquei com uma sensação estranha durante o resto do dia. Por um lado, estava aliviada por não ter mexido mais do que devia. Por outro, não deixava de pensar que, se aquilo ficou ali tanto tempo sem ninguém reparar, quantas outras coisas não estarão enterradas, invisíveis, à espera de serem descobertas?

E esta é a parte que assusta

Nunca sabemos o que está debaixo dos nossos pés na praia. Pode ser algo inocente, como um brinquedo perdido por uma criança… ou pode ser algo que conta uma história que nunca vais querer ouvir até ao fim.

Da próxima vez que fores à praia, aproveita cada momento, mas mantém os olhos abertos. O mar é lindo, mas também sabe guardar segredos. E alguns, é melhor não desvendar.

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Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

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