Somos da E-REDES, vimos ver o seu contador: tenham muito cuidado!

Depois de um grande apagão, a história repete-se sempre. As luzes voltam, o elevador volta a funcionar… e, passado um ou dois dias, alguém toca à campainha: “Bom dia, somos da E-REDES, vimos verificar o seu contador depois da avaria”. Isto aconteceu já a semana passada com várias pessoas e aparentemente a situação poderá repetir-se. É que este fim de semana temos cortes de luz outra vez.

Somos da E-REDES, vimos ver o seu contador: tenham muito cuidado!

Parece legítimo. Há colete, há crachá (à distância), há prancheta. O truque está aí: os burlões sabem que, depois de um blackout, as pessoas estão mais preocupadas com contadores estragados, sobretensões e faturas inesperadas. Recentemente, a própria E-REDES teve de vir a público avisar que, após o grande apagão de abril, não era necessária qualquer intervenção nos contadores e que não cobra nada diretamente aos clientes nas deslocações técnicas.

É precisamente nesse “ruído” que a burla cresce. Normalmente o guião é sempre parecido: dizem que precisam de “verificar o contador”, pedem para entrar em casa, pedem faturas antigas para “confirmar leituras” e, muitas vezes, acabam a empurrar assinaturas em novos contratos de energia, supostas garantias ou “serviços de proteção” pagos ali mesmo.

Há sinais claros de alerta que nunca falham:

  • Chegam sem qualquer aviso prévio por SMS, carta ou e-mail.
  • Pedem dinheiro em mão pela “deslocação” ou pela “verificação”.
  • Insistem para entrar em casa, mesmo quando o contador está no exterior.

Empresas sérias avisam as visitas técnicas com antecedência e nunca cobram em numerário à porta. Quando há substituição de contador ou intervenção planeada, o cliente é avisado com dia e hora e qualquer dúvida resolve-se ligando diretamente para os contactos oficiais, não para o número que o “técnico” dá no momento.

O que fazer se alguém aparecer assim depois de um apagão?

Primeiro, não abrir a porta só porque vem de colete. Pede sempre o nome completo, matrícula da viatura e número de ordem de serviço. Em vez de ligares para o número que te mostram, procura tu próprio o contacto oficial do operador de rede ou do teu comercializador e confirma se existe mesmo uma intervenção marcada para a tua morada.

Se sentires pressão, frases do género “tem de ser já”, “se não for hoje pode ficar sem luz” ou “perde os direitos”, assume logo que algo está errado. Assim, nessas situações, fecha a porta, não assinas nada e, se for preciso, liga até para a polícia.

Depois de um apagão, o maior risco pode não estar na rede elétrica, mas sim na campainha.

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A ferver

Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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