Devil May Cry – Peak of Combat: É assim que se estraga um jogo!

Para quem não sabe, o mais recente jogo nesta saga Hack n’ Slash não foi o Devil May Cry 5 originalmente lançado 2019, mas sim o DMC Peak of Combat, um jogo para smartphone que primeiramente foi lançado na China, mas está agora a chegar à Europa.

Uma chegada muito esperada, porque o gameplay deste novo jogo mobile é na realidade tudo aquilo que poderíamos esperar de um spin-off mobile deste franchise. É literalmente um DMC mobile, com tudo aquilo a que temos direitos. Porém, também com muitos dos defeitos quase sempre inerentes a este mundo.

Devil May Cry – Peak of Combat: É assim que se estraga um jogo!

Portanto, antes de mais nada, temos de salientar que os jogadores podem escolher a sua personagem favorita (Dante, Lady, entre outros), e utilizar os mesmos exatos controlos que podemos encontrar nas versões de consola e PC, porém aqui adaptados a uma outra realidade, tudo de forma a realizar todo o tipo de combos e atingir aquele doce SSS ranking enquanto aniquilamos hordas de demónios.

Pois bem, pelo título do artigo, o leitor já percebeu que houve aqui algo que correu muito mal. Neste caso foi, mais uma vez, a ganância! Desta vez por parte do estúdio chinês NebulaJoy.

Assim, enquanto a versão 1.0 do jogo conseguiu ser uma recriação 1:1 do sistema de combate dos DMC modernos (tirando o Lock On, o que muito se deve às limitações dos controlos no telemóvel).

Ou seja, temos sempre duas armas melee e duas armas ranged prontas para troca quando precisamos de mais opções a meio de um combo! Em suma, tudo aquilo que um fã poderia esperar de um DMC.

Porém, na atual versão Europeia 2.0, AKA o maior downgrade de um jogo na história da humanidade (provavelmente). Passamos de um combate real-time em que podemos deixar a nossa imaginação e skills ditar os nossos combos, para um combate em que as ações têm um cooldown e acabamos por ter de seguir uma “rotação” ideal que nos corta completamente as pernas. Algo completamente contra aquilo que é Devil May Cry!

Para além de tudo isto, em vez de cada personagem ter várias armas disponíveis, podemos apenas e só trocar completamente de personagem a meio do combate. O que na teoria seria incrível! Isto se cada personagem não tivesse apenas três opções de ataque e uma única arma que acaba por nos dar ainda menos liberdade do que na versão 1.0.

“Mas porquê?!” gritam todos os fãs de Devil May Cry neste momento.

Simples, para potenciar o elemento Gacha de Peak of Combat! Quer mais e melhor? Terá de pagar! Por exemplo, para conseguir uma das personagens mais adoradas desta saga de jogos (Virgil), vai ter de gastar cerca de 100€ para o conseguir “sacar” na roleta dos pulls.

Entretanto, além da parte das personagens extra e especiais, até a forma como se gasta Red Orbs, a “moeda” principal do jogo, é bem diferente entre os jogos de consola e este novo jogo de telemóvel. Sendo também bem diferente entre a versão 1.0 original e esta versão 2.0.

  • V1.0: Os Red Orbs são utilizados da mesma forma que nos jogos principais, ou seja, começamos apenas com ataques básicos para cada arma, sendo necessário ir comprando movimentos novos para expandir as nossas opções em combate.

  • V2.0: aqui vemos bem o quão simplificado este jogo se tornou. Visto que cada personagem tem à partida um único moveset disponível (um ataque à distância, um melee e um ataque especial em que os combos são automáticos), os Red Orbs servem agora, por exemplo, para aumentar a percentagem de dano que cada ataque faz a um inimigo.

Escusado será dizer que a imaginação morreu por completo nesta versão.

Vale a pena dizer que existem outras “moedas” mais ou menos premium, bem como outras mecânicas no que toca ao upgrade de armas/personagens. Na verdade também existe um modo de história (fraco mas existe).

Mas, isto não é uma análise! Serve como comparação do sistema de combate entre estas duas versões. Porém, de forma bastante básica, mas eficiente, mostra como um jogo incrível se pode transformar em puro lixo à procura de dinheiro.

Em suma, como fã de Devil May Cry fico extremamente desiludido com este “update” que é no fundo um “downgrade”. Só espero que a Capcom tenha um pouco mais cuidado no que toca aos developers a que vende as licenças dos seus franchises. Porém, infelizmente, hoje em dia é difícil fugir à ganância.

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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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