Durante anos, o esquentador foi daqueles aparelhos que quase nem pensamos. Basta abrir a torneira e a água quente aparece, simples e rápido. Mas recentemente, ao fazer uma revisão em casa, percebi que afinal estava a confiar num equipamento que podia esconder um perigo silencioso. Ao abrir o esquentador, encontrei algo que nunca imaginei: acumulação de sujidade, ferrugem e até pequenos insetos no interior. Um cenário assustador, mas que é muito mais comum dentro do esquentador do que possas pensar.
Porque é que isto acontece dentro do esquentador?
O esquentador funciona com água em circulação constante e, no caso dos modelos a gás, também com combustão interna. Essa combinação cria as condições perfeitas para problemas se não houver manutenção regular.
Calcário: a água em Portugal, em muitas zonas, é dura e rica em minerais. Com o tempo, esse calcário acumula-se nos tubos e no trocador de calor.
Ferrugem: peças metálicas sem manutenção oxidam e começam a libertar partículas.
Insetos e poeira: nos modelos com entrada de ar, é comum que bichos e pó se acumulem no interior, sobretudo se o aparelho estiver numa varanda ou cozinha mal vedada.
O resultado? O esquentador perde eficiência, começa a gastar mais gás e, em casos extremos, pode até provocar avarias perigosas ou fugas.
Os sinais de alerta que não deves ignorar
Antes de chegar a um ponto crítico, o esquentador costuma dar sinais:
- A água demora mais tempo a aquecer.
- A chama apaga-se sozinha com frequência.
- O cheiro a gás começa a ser detetado perto do aparelho.
- O barulho interno fica diferente, mais metálico ou irregular.
- Se algum destes sintomas aparecer, não penses duas vezes: chama um técnico.
O risco invisível: monóxido de carbono
Um esquentador sujo ou mal ventilado pode libertar monóxido de carbono, um gás incolor, inodoro e letal. Há casos de intoxicações em Portugal precisamente por causa de falhas nestes equipamentos. É por isso que muitos especialistas recomendam instalar um detetor de monóxido de carbono em casas com esquentadores a gás.
Quanto custa a manutenção?
A boa notícia é que prevenir é muito mais barato do que reparar.
Uma revisão anual pode custar entre 40 e 70 €.
A limpeza interna prolonga a vida útil do equipamento e evita contas de gás mais altas.
Em caso de avaria grave, a substituição pode ultrapassar os 500 €.
O que encontrei no meu esquentador deixou-me em choque, mas serviu de lição: estes aparelhos não devem ser esquecidos. Podem parecer inofensivos, mas a falta de manutenção pode transformar-se num risco real para a segurança de qualquer família.
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