Bem caro leitor, ao fim de 12 anos, chegou-nos às mãos a sequela de Dead Island, algo que sinceramente pensei que nunca iria acontecer devido ao verdadeiro inferno de produção pela qual este jogo passou. É certo que o primeiro Dead Island foi lançado numa altura em que o género de zombies estava completamente sobrelotado, fosse no mundo dos jogos, dos filmes, das séries, praticamente tudo o que tinha a ver com entretenimento tinha de incluir mortos-vivos. Felizmente para o sucesso do franchise, Dead Island conseguiu reunir vários fatores que o ajudaram a distinguir-se dos seus contemporâneos, desde o tipo de humor, o sistema de crafting de armas, o estilo de combate arcade e até o setting (Hawai). Será que esta tão antecipada sequela consegue atingir o mesmo nível, ou até superar o original? Vamos descobrir com esta análise ao Dead Island 2.
PlayStation 5: Testámos o Dead Island 2! Tem medo?
História e Gameplay
A nossa aventura começa durante uma evacuação à cidade de Los Angeles, conhecida agora como HELL-A, onde os nossos protagonistas entram num avião (cada um à sua maneira especial). Tudo na esperança de serem levados para um porto seguro.
Como seria de esperar então (senão não existia jogo), tudo corre mal. Devido ao facto de um dos passageiros ter fingido um teste negativo para entrar no avião. (I see what you did there… COVID!). Os viajantes são infetados, causando a queda do mesmo algures nos arredores de L.A.
É aqui que escolhemos a nossa personagem (sim, durante a queda do avião), todos eles com diferentes especializações que, verdade seja dita, tem mais impacto quando jogamos multiplayer (complementando-se uns aos outros) mas também é possível sentir as diferenças jogando a solo.
Depois desta escolha feita e de sobrevivemos à queda do avião, conseguimos ser mordidos por um zombie apenas alguns minutos depois quando tentamos ajudar outros sobreviventes (um daqueles dias portanto). Após perdermos os sentidos, rapidamente descobrimos que somos imunes quando acordamos em Bel-Air rodeados das mansões e extravagância dos famosos, sem a constante vontade de comer cérebros.
A missão torna-se assim contactar o exército e informá-los que somos imunes na tentativa de arranjar uma cura e parar o Apocalipse.
Regressando do primeiro Dead Island temos um sistema de crafting bastante robusto e com opções absurdamente divertidas. Quer uma claymore (espada medieval) com lança chamas incorporado para incinerar zombies? Ou umas garras à Wolverine electrificadas que desmembram zombies com uma facilidade brutal enquanto os deixa eletrocutados? Pois bem, a variedade é gigante e cada arma tem o seu próprio peso, velocidade, dano, durabilidade, vantagens e desvantagens (tudo elementos que também podem ser modificados quando decidimos “quitar” as armas num workbench).
Algo que é sem dúvida um acréscimo é o ótimo sistema de desmembramento e de “postura” dos zombies. Dependendo da arma que usamos e do local onde atingimos os zombies, estes podem perder braços ou pernas, dando-nos uma vantagem tática pois ficam cada vez menos móveis ou capazes de atacar. A postura é algo que, quando quebrada, nos permite por exemplo esmagar a cabeça de um zombie com o pé quando este vai ao chão de forma a o matar instantaneamente (cada arma tem o seu dano normal assim como o dano especial que causa a esta “postura”, geralmente armas mais pesadas e lentas são mais eficazes neste aspeto).
Tudo isto ajuda a criar uma variedade que o original não tinha e retira um pouco a fadiga que muitos jogos de zombies acabam por criar passadas algumas horas de gameplay.
Claro que, sendo um “RPG”, vamos ganhando XP (experiência) com cada quest que completamos e por cada zombie que matamos. Estes níveis vão ter um impacto na nossa vida, stamina e habilidades.
É nestas habilidades que divergimos um pouco também do original, tirando certas habilidades que nos são dadas à medida que progredimos. Todas as outras são encontradas espalhadas por HELL-A ou como recompensa de quests. O que incentiva bastante a exploração e nos dá mais outro motivo para fazer o conteúdo secundário (é de salientar que a maioria destas habilidades tem um impacto real no gameplay, não sendo só “mais x% de vida” ou “mais x% de stamina”).
Gráficos e Performance
Admito que aqui fiquei um pouco confuso, pois não existem quaisquer opções gráficas neste jogo, não há modo Performance/Gaming ou Ray-Tracing.
Sinceramente acho que não é um grande problema neste caso pois a resolução nativa é 4k/60fps. O que considero ser o mínimo indispensável nesta geração atual.
Ainda assim penso que deveriam sempre incluir estas opções. Especialmente em jogos que contam com muita ação. Algo que pode levar à preferência de atingir os sempre desejados 120fps, para quem tem um display de 120hz.
Apesar desta ausência, posso dizer que graficamente Dead Island 2 é um jogo bastante apelativo que faz ótimo uso do seu setting. Desde as vistas fantásticas da cidade nas mansões de Bel-Air, aos esgotos infestados de HELL-A, os visuais e variedade de cores saltam bem à vista.
Conclusão
Posso concluir dizendo que Dead Island 2, apesar de não ser propriamente algo inovador, conseguiu evoluir nos sítios certos. Sem perder aquilo que tornou o original especial.
Entre o sistema de combate mais apurado, os gráficos de nova geração, um setting apelativo e mais opções que nunca para matar zombies. Em suma, temos nas mãos uma sequela digna ao primeiro Dead Island.
Tirando a estranha falta das opções gráficas e de por vezes parecer muito idêntico ao original. Consigo recomendar sem dúvida a fãs de jogos de zombies de ação arcade e com elementos de RPG.
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