O Cupra Terramar é um SUV estranho, porque tenta agradar a dois mundos: o da eficiência e o da emoção. Isto é especial porquê? Simples, porque como dissemos em cima, é um SUV, e um veículo destes vai sempre trocar alguns argumentos mais desportivos, ou até de emoção de condução, pelo tamanho que depois irá apresentar.
Dito tudo isto, embora venha da mesma linhagem que tantos outros modelos do Grupo Volkswagen, há aqui pormenores que mostram que a Cupra está realmente a tentar fazer diferente.
Claro que não é um desportivo disfarçado de SUV, mas também não é só mais um PHEV aborrecido. É um carro bastante interessante para o dia-a-dia.
Suspensão trabalhada para o dia-a-dia… e não só
O Terramar mostra-se surpreendentemente competente, apesar do seu tamanho e peso. Ou seja, mesmo sendo um SUV alto, o rolamento lateral está bem controlado e o conforto em pisos irregulares é de elogiar, sem nunca se tornar demasiado mole.
Um dos pontos fortes está no volante, capaz de manter uma resposta suave e progressiva. Porém, quem procurar sensações mais puras ao estilo Cupra vai sair um pouco desiludido.
Há pouco feedback real e o modo “ESP Off” parece mais simbólico do que eficaz para os condutores mais exigentes.
É um SUV, e como tal, apesar de ter algum “rugido”, é pouco apontado apesar de agressiva.
Um PHEV que surpreende pela suavidade
O grupo VW melhorou significativamente o sistema híbrido, e como seria de esperar, a Cupra aproveitou.
A versão PHEV testada junta um 1.5 TSI com 177 cv a um motor elétrico de 116 cv, resultando num total combinado de 268 cv. Funciona. A transição entre motor elétrico e térmico ainda se sente, mas há de facto alturas em que é impercetível. Mas… O maior ponto positivo é mesmo a autonomia elétrica real. Que ultrapassa os 90 quilómetros se não andar na autoestrada acima dos 120 km/h.
Nada mau para um carro que pesa quase 1900 kg.
Entretanto, há ainda a possibilidade de usar as patilhas para controlar a caixa DSG de 6 velocidades, algo raro nos híbridos plug-in. No entanto, o comportamento do carro em desaceleração pode causar estranheza. O motor desliga-se e o sistema desacopla, o que limita o controlo dinâmico nas curvas. Detalhes que provavelmente interessam a poucos, mas que não passam despercebidos.
Por fim, o som falso que aparece no modo Cupra é… Giro… Mas é também questionável. Mas dá para desligar.
Ajuda à condução? Tudo incluído
Cruise control adaptativo com centragem na faixa, travagens preditivas antes de cruzamentos e rotundas, e alertas de velocidade, está tudo aqui. E, felizmente, os sistemas podem ser controlados diretamente a partir do volante, o que evita aquele momento constrangedor em que os passageiros percebem que estás a desligar todos os avisos de segurança.
Conclusão
O Cupra Terramar não é revolucionário, mas também não se limita a seguir o rebanho.
Tem pormenores bem pensados, sobretudo na forma como gere o conforto e o sistema híbrido. Pode não ser o mais entusiasmante do segmento, mas é competente, estável e discreto. Assim, para quem procura um SUV médio com um toque de irreverência e bons argumentos tecnológicos, é uma proposta a ter em conta.
Se o preço compensa? Isso já depende de quanto valorizas a badge Cupra e o estilo que ela traz. Visto que esta é uma marca bastante mais irreverente no design, e na minha opinião, uma das mais “jovens” do mercado.
Em suma, há muito SUV “premium” que faz pior por mais dinheiro.
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