A pergunta é simples e repete-se há anos: porque é que a ponte pedonal que ligava a Gare do Oriente ao centro comercial Vasco da Gama está fechada? E ao que tudo indica vai continuar fechada para todo o sempre?
Ninguém tem uma resposta oficial, mas ao que tudo indica, é o típico enredo à portuguesa. Disputas de responsabilidade, design pouco brilhante, zero manutenção, prioridades trocadas e a sensação de que só se mexe quando houver azar.
Quem manda nisto afinal?
O embróglio nasce na fronteira entre quem detém a infraestrutura ferroviária e quem explora o espaço comercial do outro lado. Cada parte empurra o tema para a outra.
Mais concretamente, quando a ponte deixou de exigir manutenção de rotina e passou a pedir obras a sério, começou o jogo do empurra. Resultado? Não há dono quando é para pagar.
Esteve aberta?
Sim, a ponte chegou a abrir. Foi até essencial para o sistema de evacuação da Expo 98.
Por isso, muita gente usou, especialmente no pós-Expo. Mas, já na altura havia sintomas claros.
Vibração acima do aceitável para uma estrutura pedonal, aquela sensação de que tudo abanava quando passava um grupo. Nada de novo na engenharia. Pontes pedonais precisam de ser calculadas para evitar fenómenos de ressonância, porque as pessoas tendem a sincronizar o passo.
Se não for previsto e mitigado, a vibração amplifica, desgasta e obriga a intervenções. Aqui não houve intervenção a tempo. Fechou. Ficou à espera.
Há alternativa, por isso é pouco importante.
Existe passagem inferior. Serve, cumpre, mas não substitui uma ligação direta, rápida e intuitiva entre a maior estação do país e um polo comercial cheio de gente e turistas.
Conclusão
A ponte fechou porque ninguém quis ser responsável quando chegou a hora de fazer manutenção a sério. Fechou porque a segurança deixou de ser prioridade quando implicava gastar dinheiro. Fechou porque é mais fácil empurrar para a frente do que decidir.
Pode reabrir? Sim, mas é pouco provável.
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