Como tirar uma música da cabeça: o truque nº3 é infalível!

Acordas, vais fazer o café… e lá está ela. Aquela música irritante que ouviste ontem por acaso e que agora parece ter arrendado um T1 no teu cérebro. Seja qual for o tema, o pior é que não sai. Isto aconteceu a muitas pessoas na altura com a música do Pingo Doce que se tornou viral. Seja como for a verdade é que passas o dia inteiro a cantarolar a mesma parte, às vezes só um verso, como se o teu cérebro tivesse ficado preso num loop infinito. Mas afinal… por que é que isto acontece? E, mais importante, como tirar uma música da cabeça sem arrancar os cabelos?

O fenómeno chama-se “earworm”

A ciência tem nome para isto: earworm — literalmente, “verme de ouvido”. Não é uma infeção, mas parece. Trata-se de um fragmento musical que se repete involuntariamente no cérebro, sem que o consigas controlar. Acontece a 98 % das pessoas e é mais comum em quem ouve música com frequência… ou trabalha em ambientes com sons repetitivos (olá, supermercados).

Segundo a psicóloga Vicky Williamson, especialista em memória musical, o earworm funciona como um “eco mental”: o cérebro repete a melodia porque não conseguiu concluir o ciclo da música. Ou seja, a canção ficou “pendurada” na tua mente, à espera de um fim.

Por que algumas músicas ficam e outras não?

As músicas que fazem isto têm um padrão em comum:ritmo repetitivo, melodia simples, letras fáceis de lembrar e intervalos curtos entre notas. Traduzindo: são quase puzzles perfeitos para o cérebro repetir.

Músicas como “Shape of You” ou “Barbie Girl” são o equivalente musical do chiclete, mastigas, mastigas e não consegues largar.

Curiosamente, estudos mostraram que músicas felizes e rápidas ficam mais tempo presas do que baladas tristes. O teu cérebro gosta de melodias que “dançam” com o ritmo do batimento cardíaco.

ciência descobriu o que a música faz ao cérebro! já viu?

Quando o cérebro decide que é hora de repetir

Um earworm pode ser ativado por quase qualquer coisa:

  • o som de uma palavra que aparece na letra;
  • um cheiro que te faz lembrar a música;
  • ou até o simples silêncio, quando o cérebro procura preencher o vazio.

E quando já não aguentas mais?

Há quem chegue ao ponto de sentir ansiedade real. Psicólogos da Universidade de Reading, no Reino Unido, descobriram que quanto mais tentas não pensar na música, mais ela volta.
É o chamado “efeito ioiô mental”. Ou seja, quanto mais empurras, mais regressa. Mas há boas notícias: a ciência também encontrou truques eficazes para expulsar o invasor sonoro.

3 truques para tirar uma música da cabeça

1. Ouve-a até ao fim

Sim, parece o oposto do que queres. Mas ao ouvires a música inteira, o cérebro finalmente completa o ciclo e liberta o loop. Pensa nisso como dar um “OK” ao teu cérebro para seguir em frente.

2. Mastiga algo

Um estudo da Universidade de Reading descobriu que mastigar pastilha elástica ajuda a bloquear o processamento auditivo interno.Ao mastigar, estás a ocupar os músculos e a reduzir a atividade do sistema de repetição sonora mental. (É por isso que tanta gente canta menos quando come.)

3. Substitui por outra mas com cuidado!

Funciona escolher uma música neutra, fácil e que não seja irritante. Os investigadores chamam-lhe “canção substituta”. Um clássico ajuda sempre. Escolhe músicas curtas, previsíveis e sem ritmo contagiante. Em poucos minutos, o cérebro muda de canal.

O truque extra: distrai o cérebro com linguagem

Tarefas que envolvem palavras ler, falar, escrever uma mensagem interrompem o circuito auditivo repetitivo. O cérebro não consegue processar letras e melodias ao mesmo tempo, por isso escolhe uma. Se te apanhares a cantar mentalmente “Waka Waka”, abre o e-mail do trabalho. É o antídoto mais rápido (e gratuito) que existe.

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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