Quinta-feira, Setembro 25, 2025

Porque sentimos choques elétricos quando tocamos noutras pessoas?

Estás a caminhar no supermercado, esticas a mão para dar uma moeda ou pegar num saco, e de repente: PZZZT! Um pequeno choque, rápido mas desconfortável. A outra pessoa também se assusta, olham-se os dois com cara de surpresa e soltam a frase clássica: “Ui, deu-me um choque!”. Parece magia, mas não é. É ciência e pode ser mais comum do que imaginas. Os choques elétricos quanto tocamos noutras pessoas acontecem sobretudo em ambientes secos, no inverno, ou em sítios com muito ar condicionado. Mas a pergunta é: porquê? Porque sentimos choques elétricos quando tocamos noutras pessoas?

A eletricidade estática no dia-a-dia

A resposta está na chamada eletricidade estática. Sempre que caminhas, te sentas, arrastas os pés ou tocas em tecidos, estás a acumular pequenas cargas elétricas no corpo. Esse fenómeno acontece porque os eletrões, partículas minúsculas que transportam carga movem-se facilmente de um material para outro.

Por exemplo:

  • Ao andar em tapetes ou chão de alcatifa, os teus pés vão acumulando eletricidade.
  • Ao tirar ou vestir roupa de lã ou poliéster, aumentas ainda mais essa carga.
  • E quando tocas noutra pessoa ou num objeto metálico, a diferença de cargas descarrega-se de forma brusca. Daí a sensação de choque.

O corpo humano é, sem nos apercebermos, uma bateria ambulante.

Porque acontece mais em certas alturas

Não é coincidência que sintas estes choques mais no inverno ou em dias frios. O ar seco é um péssimo condutor e faz com que a carga elétrica se acumule em vez de se dissipar. Já no verão, a humidade ajuda a descarregar as cargas mais suavemente, quase sem notarmos.

Também acontece mais em locais com ar condicionado forte, escritórios com carpetes, ou até em carros, quando sais e fechas a porta com a mão: nesse momento, a diferença de potencial entre o corpo e o metal descarrega-se de uma só vez.

Os choques elétricos quando tocamos noutras pessoas

Tocar noutra pessoa amplifica o impacto porque, no fundo, são dois corpos carregados que entram em contacto. Se tens mais eletricidade acumulada do que a outra pessoa, no momento do toque há uma descarga rápida e visível por vezes até com uma faísca.

A cena torna-se ainda mais comum quando ambos estão vestidos com roupas sintéticas, como lã, poliéster ou nylon, que são excelentes a armazenar eletricidade.

É perigoso?

Na maioria das situações, estes choques são inofensivos. São apenas descargas de baixa intensidade que assustam mais do que prejudicam. No entanto, podem ser perigosos em contextos muito específicos, como em fábricas de combustíveis, laboratórios químicos ou ambientes altamente inflamáveis, onde até uma pequena faísca pode causar acidentes.

Para a maioria das pessoas, o pior que acontece é sentir um “estalo” no dedo ou até ver uma pequena luz azul no escuro.

Como evitar estes choques

Se os choques são frequentes e incómodos, há alguns truques simples para os reduzir:

  • Hidrata o ar: usa humidificadores em casa ou no escritório. O ar seco é o principal culpado.
  • Evita roupa sintética: opta por algodão ou tecidos naturais quando possível.
  • Usa sapatos de sola de couro: solas de borracha acumulam mais carga.
  • Toca primeiro em superfícies metálicas grandes: antes de cumprimentar alguém, encosta a mão a uma parede ou a um corrimão para descarregar a eletricidade.
  • Aplica cremes hidratantes: pele seca conduz pior a carga, por isso hidratar ajuda.

O choque pode dizer algo sobre a tua saúde?

Muita gente pergunta se sentir choques frequentes pode estar relacionado com problemas de saúde. A resposta é simples: na maioria dos casos, não. É apenas física básica. Contudo, há situações raras em que pessoas com problemas de circulação ou pele muito seca relatam mais incidência destes choques, mas nada que seja clinicamente alarmante.

O que sim pode acontecer é um impacto psicológico: pessoas mais ansiosas podem associar cada choque a algo “grave” e sentir ainda mais stress o que, ironicamente, aumenta a probabilidade de repararem nesses episódios.

Da próxima vez que sentires aquele “PZZZT” ao tocar em alguém, lembra-te: não é magia, não é azar é apenas o resultado da eletricidade estática acumulada no teu corpo. O fenómeno é normal, comum e quase sempre inofensivo. Mas também é um lembrete curioso de como, mesmo no dia-a-dia, o nosso corpo está constantemente envolvido em pequenas descargas invisíveis.

E a verdade é esta: se já alguma vez ficaste constrangido por dar um choque a alguém, não te preocupes. É apenas ciência em ação. O único perigo real é se este fenómeno inspirar os burlões a inventar um novo “esquema elétrico” para enganar distraídos e, pelo que já vimos, nunca se deve subestimar a criatividade deles.

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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