Parece bom demais para ser verdade: gastas dinheiro e, dias depois, uma parte volta para a tua conta. Mas será que o Cashback é realmente uma forma inteligente de poupar ou apenas um truque psicológico para te fazer gastar mais? Fomos analisar os números e as letras pequeninas. Se há coisa que a Internet nos ensinou, é que não há dinheiro grátis. Se alguém te está a dar dinheiro, é porque está a ganhar algo em troca. No caso do Cashback, a moeda de troca és tu e os teus hábitos de consumo. Mas isso significa que deves fugir? Não. Significa que deves usá-lo com estratégia. Vamos explicar-te porquê.
Cashback: como é que isto é sequer possível?
Entretanto para perceberes se é seguro, tens de perceber o negócio. Assim sites como a Beruby, Letyshops ou iGraal funcionam como angariadores de clientes. Quando entras na Nike ou na Fnac através deles, a loja paga-lhes uma comissão por te terem levado lá. O que estas plataformas fazem é partilhar essa comissão contigo.
- A loja ganha uma venda.
- A plataforma ganha uma comissão.
- Tu ganhas uns trocos. Todos ganham. O sistema é legítimo.

O Lado Bom: A “mesada” que estavas a ignorar
Se fores disciplinado, o cashback é a melhor ferramenta para combater a inflação. Imagina que precisas de comprar um frigorífico novo (500€), reservar as férias de verão (1000€) e comprar roupa para o trabalho (200€). Num ano, gastaste 1700€. Se tiveres uma média de 5% de cashback, recebes 85€ de volta. É dinheiro que estava “na mesa” e que, se não usasses a plataforma, ficava com a loja.
A dica “Pro”: O Stacking (Acumulação) Os verdadeiros “ninjas” da poupança não usam apenas uma via. Eles acumulam:
- Ativam o cashback na App (ex: Letyshops).
- Pagam com um cartão de crédito que também dá cashback (ex: Unibanco ou Cetelem).
- Usam o cartão de fidelidade da loja. O resultado? Podes chegar a descontos reais de 10% a 15%.
O Lado Mau: As armadilhas invisíveis
Entretanto nem tudo é um mar de rosas. Aqui é onde tens de ter cuidado para não seres tu o produto.
1. A armadilha da Privacidade. Para te darem o dinheiro, estas empresas precisam de saber tudo o que compras. Estás disposto a vender o teu histórico de compras em troca de 5 euros? Para muita gente a resposta é “sim”, mas deves estar consciente disso.
2. O “Gastar para Poupar”. É aqui que eles ganham dinheiro a sério. Vês uma notificação: “Cashback aumentado para 15% na loja X!”. Assim tu não precisavas de nada de lá, mas compras uns ténis de 100€ para ganhar 15€. A realidade: Não ganhaste 15€. Perdeste 85€. O cashback é perigoso para quem sofre de compras por impulso.
3. O dinheiro preso. A maioria das plataformas tem um valor mínimo de levantamento (geralmente 20€). Podes demorar meses a atingir esse valor. Até lá, o dinheiro é virtual e, se te esqueceres dele, a plataforma fica com ele.

O Veredicto Leak: Vale a pena?
Sim, vale a pena. Mas apenas se o encarares como um bónus e não como um negócio.
Assim segues estas 3 regras e estás seguro:
Nunca compres nada só por causa do cashback. Compra apenas o que já ias comprar.
Entretanto instala as extensões no browser (computador). Elas avisam-te automaticamente quando entras num site parceiro, para não te esqueceres de ativar.
Prefere dinheiro na conta. Evita plataformas que te pagam em “vales de desconto”. Dinheiro vivo (transferência ou PayPal) é a única recompensa real.

