É um daqueles gestos automáticos que quase todos fazemos: acabas de pagar e voltas a enfiar o cartão no mesmo bolso de sempre. Parece inofensivo, mas a verdade é que este hábito banal pode trazer riscos sérios, desde problemas técnicos até questões de segurança. E quanto mais repetes, maior a probabilidade de te acontecer um daqueles “sustos” que preferias evitar. Assim se guardas o cartão multibanco sempre no mesmo bolso cuidado.
O risco invisível: desmagnetização
Os cartões ainda usam uma faixa magnética para complementar o chip. Se passarem demasiado tempo em contacto com outros objetos metálicos, imans de capas de telemóvel ou até fones sem fios guardados no mesmo bolso, a probabilidade de ficar inutilizado aumenta muito.
Resultado: vais ao multibanco e… cartão recusado. Na loja, a fila cresce atrás de ti enquanto tentas passar o cartão vezes sem conta.
Não é comum ao ponto de acontecer todas as semanas, mas é uma das razões pelas quais os bancos continuam a substituir cartões avariados de forma gratuita.
O perigo maior: scanners “contactless”
Hoje em dia, a maioria dos cartões tem tecnologia contactless. Assim basta aproximar para pagar. O problema? Essa mesma tecnologia pode ser explorada por burlões.
Se tiveres sempre o cartão no mesmo bolso (especialmente em calças atrás ou no bolso interior do casaco), facilitas o trabalho a quem usa leitores clandestinos.
Um scanner encostado discretamente pode fazer uma cobrança até ao limite autorizado sem PIN.
Em locais cheios (concertos, transportes públicos, centros comerciais), a probabilidade de seres alvo aumenta.
Cartão multibanco sempre no mesmo bolso = rotina para os ladrões
Outro detalhe que quase ninguém pensa: os ladrões observam padrões. Se tens sempre o hábito de meter o cartão no mesmo bolso, basta uma oportunidade para te tirarem sem perceberes.
Os carteiristas são especialistas em identificar gestos repetidos. Se ao sair de uma loja olhas para o mesmo bolso onde guardas o cartão, eles já sabem exatamente onde atacar.

Cartão + telemóvel: a dupla perigosa
Muita gente guarda no mesmo bolso o cartão e o telemóvel.
O calor constante e o atrito aumentam o desgaste físico do cartão.
Em casos de furto, perdes os dois de uma vez e isso multiplica o risco de burlas, porque muitas apps de banco estão instaladas no próprio telemóvel.
Casos reais
Lisboa, 2023: uma mulher viu 50€ desaparecerem da conta sem nunca ter perdido o cartão. Suspeita? Um scanner contactless usado no metro.
Porto, 2022: um estudante guardava o cartão sempre no bolso de trás. Foi vítima de carteiristas que, em segundos, levaram carteira e cartão.
Casos reportados em fóruns online: cartões “misteriosamente” desmagnetizados após serem guardados em bolsos junto de capas magnéticas de telemóvel.
Como evitar estes riscos
Alterna o bolso – não cries rotinas óbvias.
Usa uma carteira com proteção RFID – bloqueia scanners contactless não autorizados.
Mantém distância de imans e capas magnéticas – proteges a faixa magnética.
Guarda separado do telemóvel – reduz desgaste e risco de perder tudo de uma vez.
Ativa alertas no banco – qualquer pagamento é notificado no telemóvel.
O que fazer se desconfiares de uma burla contactless
Entretanto bloqueia de imediato o cartão no homebanking ou app do banco. Para além disso contacta a linha de apoio e pede emissão de um novo cartão. Em simultâneo verifica o extrato e denuncia movimentos que não reconheças.
Na maioria dos casos, os bancos reembolsam, mas só se denunciares rapidamente.
Guardar o cartão sempre no mesmo bolso pode parecer um hábito inofensivo, mas abre a porta a três riscos sérios:
- Desgaste e desmagnetização.
- Maior vulnerabilidade a carteiristas.
- Exposição a burlas contactless.
A solução não é viver com medo, mas sim mudar pequenos hábitos. Uma carteira com proteção, alternar bolsos e estar atento aos extratos pode ser suficiente para evitar que um gesto automático se transforme num problema caro.
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