Neste espaço já se falou muito acerca deste assunto, em que carros potencialmente mais eficientes e interessantes, acabam por ficar demasiado caros para o bolso do Português, deverivado da forma como a nossa fiscalidade funciona. Um bom exemplo esteve nas novas motorizações da Renault, que apesar de maior cilindrada, emitem menos gases poluentes.
Agora, temos um outro caso na forma do Toyota Aygo X HEV, que vai contra toda a lógica possível e imaginária. Isto porque, o pequeno citadino chega ao mercado europeu como o carro a gasolina híbrido com menos emissões de CO₂ da sua categoria.
No entanto, em Portugal, em vez de ser premiado, vai ser castigado com mais impostos.
Portugal é um caso de estudo!
Pois bem, caso não saiba, o modelo anterior, com motor de 1.0 litros, emitia 107 g/km de CO₂. Agora, o novo 1.5 híbrido consegue baixar para 85 g/km. À primeira vista, isto devia ser uma boa notícia para o ambiente e para a carteira dos consumidores. Mas… Em Portugal? Pode tirar o cavalinho da chuva.
Isto é especialmente interessante, porque além de emissões curtas, este é um automóvel que gasta mesmo muito pouco em percursos citadinhos graças ao seu sistema híbrido de nova geração.
Mas, como deve saber, o nosso sistema dá muito mais peso à cilindrada, e não às outras métricas. Por isso, só no cálculo do ISV, temos um aumento de 1900€ em impostos. Ou seja, o carro mais eficiente da Europa paga mais do que o antecessor mais poluente. É um completo contrassenso.
Porquê?
Portugal continua preso a um sistema que não faz sentido e que continua a penalizar os bolsos dos consumidores, por… Rigorosamente nada. Estamos a castigar a adoção de tecnologias mais limpas e eficientes.
Ou seja, podemos até dizer que estamos a meter um travão na transição energética. Portugal já é uma região frágil em termos de dinheiro puro e duro. Por isso, com um sistema que penaliza (e muito) os carros novos, por muito bons que eles sejam. Vamos continuar a ser um mercado periférico que dá muito mais valor aos usados.
É assim que se chega a um parque automóvel antigo, pouco seguro, e claro, poluente. É de facto tudo mau.
Num país onde o poder de compra já é frágil, esta fiscalidade significa uma coisa simples: muitos portugueses vão continuar a comprar carros mais poluentes, porque são os que cabem no orçamento.
Conclusão
A fiscalidade portuguesa continua a ser o maior inimigo da inovação dentro do mundo automóvel, e, no fim, quem paga a conta somos todos nós.
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