A mobilidade elétrica tem muitos méritos, mas vamos ser honestos: carregar um carro elétrico continua a ser um pesadelo em Portugal, e Lisboa não é exceção.
Já me aconteceu muita coisa, esperar em filas nas autoestradas, ser atacado por vespas porque fizeram ninho num carregador, ser ameaçado por motoristas TVDE que acham que os postos lhes pertencem, levar cabos bloqueados que pura e simplesmente não desbloqueiam, etc…
Mas, querer carregar, na capital de Portugal, e ter de andar de carregador em carregador, que diga-se de passagem, aparecem disponíveis nas apps, para não conseguir fazer nada, é irritante que dói na alma.
Carregar um carro elétrico é um pesadelo!
Ou seja, nem sequer estamos a falar de quem se esquece de planear. Estamos a falar de quem faz tudo certo. Vê as apps, confirma que os postos estão livres e ativos, chega ao local e… nada. Nem com app, nem com cartão. Nem com nada.
Hoje, por exemplo, fui tentar carregar um carro em cinco postos diferentes. Cinco. Em todos eles, as aplicações diziam que estavam disponíveis. A Mia, a Evio, o que for. A luz verde estava lá. Mas na prática, ou não reconheciam o carro, ou o carregador recusava iniciar, ou o terminal de pagamento simplesmente não respondia.
Isto em 2025, quando já devíamos estar a discutir carregamentos ultrarrápidos e não a rezar para que o posto aceite carregar.
A realidade é esta! A manutenção é muito má.
Como é óbvio, quem tem um carro elétrico tem de carregar em casa. É assim que se tira a plenitude da mobilidade elétrica.
Mas, quando isso não é possível, é exatamente para isso que existe a rede público. Temos 30 minutos de folga? Faz-se uma carregadela rápida num posto recente, e está feito. Mas… Isso é praticamente impossível! Uma pessoa acaba a “queimar” esses 30 minutos a saltar de posto em posto, sem nunca conseguir carregar, ao mesmo tempo que se arruina o resto da bateria.
Como é que isto ainda acontece? Estamos a empurrar as pessoas para o carro elétrico, temos incentivos, temos metas de neutralidade carbónica, temos até zonas de baixas emissões a chegar. Mas depois não conseguimos garantir que os postos funcionem como deve ser?
A confiança no elétrico não se constrói com falhas
Quem já tem carro elétrico, provavelmente já passou por isto. E quem está a pensar comprar um? Foge a sete pés, e com alguma razão. Um carro é uma ferramenta. Tem de funcionar, tem de te levar onde queres ir, sem dependências de sorte ou fé nos carregadores.
Cheguei ao ponto de pensar que o problema estava no carro. Mas não está.
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