As caixas automáticas chegaram, as pessoas estranharam, mas com a promessa de maior rapidez e conveniência, a realidade é que os consumidores parecem cada vez mais convencidos.
Menos filas, mais autonomia e, em teoria, menos stress. Mas, esquecendo a típica conversa de agora também sermos nós a passar os produtos na caixa, há sempre uma questão que gera debate: o que acontece quando alguém “se esquece” de registar um produto? Acidente ou tentativa de enganar o sistema?
Caixas automáticas: o que acontece se não registar os produtos?
Na Alemanha, por exemplo, a tolerância é zero! Qualquer discrepância, mesmo de baixo valor, pode dar direito a polícia no local, multas pesadas e até proibição de voltar a entrar na loja. Ao ponto de muitos consumidores evitarem usar as caixas automáticas para não arriscar problemas sérios.
Já em Portugal, a realidade é bem diferente.
Isto porque o sistema assenta sobretudo nas balanças que confirmam o peso dos artigos registados, e em auditorias aleatórias. Ou seja, se o peso não bater certo, a máquina bloqueia e é preciso chamar um funcionário.
Se porventura vier um funcionário de forma aleatória, na maioria das vezes, o colaborador só pede para pagar o artigo em falta e a situação fica resolvida.
Também podemos olhar para o caso do “Siga” do Continente ou sistemas semelhantes, onde o cliente regista os produtos diretamente durante a compra, há controlos aleatórios. Aqui, se houver discrepâncias, paga-se a diferença. Mas, se os erros forem frequentes, o cliente pode passar a ser alvo de verificações mais rigorosas.
Afinal de contas, passar camarão como sendo banana não é um engano, é intencional.
Polícia? Muito improvável.
Só em situações claras e repetidas de tentativa de roubo é que há possibilidade de avançar para algo mais sério. O normal é a chamada de atenção. Afinal, os supermercados sabem que também cometem erros e preferem resolver a situação de forma rápida.
Mas há outra discussão em paralelo: até que ponto os clientes não estão a “trabalhar de borla” para os supermercados?
Pousar, pesar, registar, ensacar… e pagar. Para muitos, a automatização é vista como conveniência. Para outros, como uma forma das empresas reduzirem postos de trabalho e transferirem a carga para os consumidores.
No fim, a verdade é esta: em Portugal, quem se “esquece” raramente se arrisca a sair algemado. Mas se os “esquecimentos” forem frequentes, é uma questão de tempo até dar problemas.
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