BYD Dolphin Surf: O elétrico low-cost que por acaso impressionou

A BYD está a dominar a Europa a um ritmo assustador, onde temos de incluir o nosso pequeno Portugal, que parece ter aberto os braços à gigante Chinesa. Dito isto, apesar de inicialmente não ser todo um automóvel que tenha caído no meu “goto”, o Dolphin Surf é provavelmente o modelo mais importante desta nova vaga.

Afinal de contas, é pequeno, eficiente, barato, e… surpreendentemente bem equipado. No fundo, é o elétrico que finalmente começa a falar o Português que as nossas carteiras também falam, e isso é de facto muito importante.

Dito tudo isto, depois de o termos conduzido, a pergunta é… Faz sentido escolher este Dolphin Surf em vez de um Citroën e-C3 ou Leapmotor T03? Vamos por partes.

Design e espaço. Pequeno por fora, mas muito maior do que parece por dentro!

Apesar dos menos de 4 metros de comprimento, o Surf aproveita tudo o que a plataforma elétrica oferece. Ou seja, há mais espaço interior do que noutros carros do segmento, e até supera modelos a gasolina da mesma classe. É mais comprido e mais largo que um Dacia Spring, e rivaliza com um Corsa-e em largura.

Não é de todo um automóvel que parece extremamente bonito a uma primeira vista. Mas, com faróis afiados, proporções curtas, linhas vincadas e agressivas, bem como uma traseira com barra LED larga. Acaba por ter pinta, dentro do possível num carro que anda à volta dos 20 mil euros.

Autonomia, carregamento e bateria Blade

Aqui entra a famosa bateria Blade da BYD, uma LFP conhecida pela segurança e longevidade. Existindo duas versões:

  • 30 kWh, com autonomia WLTP de 220 km (cerca de 150 reais em percursos mistos)
  • 43.2 kWh, com autonomia WLTP de 300 km (entre 200 e 250 reais no mundo real)

Porém, apesar de a bateria de 43.2 kWh ter impressionado, os carregamentos continuam a ser a maior fraqueza dos elétricos baratos da BYD. Ou seja, o Surf carrega até 65 kW (versão base) ou 85 kW (bateria maior). A velocidade não está do seu lado, porém, ainda assim, faz 10-80% em cerca de 30 minutos (no carregador certo).

Mas, para melhorar o pacote, temos carregamento AC a 11 kW e até V2L de série. Por isso, se quiseres ligar um portátil, uma coluna ou até fazer um café no meio do nada enquanto estás a acampar… Dá.

Interior. Simples, honesto e com mais tecnologia do que esperas

O Surf, por dentro, é um BYD a sério. Ou seja, traz muita e boa tecnologia, tudo bem arrumado.

Isto significa um ecrã central de 10.1’’ rotativo, botões físicos (sim, aleluia), CarPlay e Android Auto em todas as versões e até três pontos ISOFIX. A qualidade não é a melhor, mas também não é suposto ser. O pacote geral é mais do que aceitável para o preço.

O espaço é onde o Surf dá cartas. Quatro adultos cabem sem dramas, e tens um porta-bagagens de 308 litros, exatamente o mesmo que um Dacia Spring e muito perto de um e-208.

Condução. Feito para a cidade!

O Surf está longe de ser um carro rápido, mas, mais uma vez, não tem de o ser. Continua com um arranque elétrico muito bom, e em estrada não compromete.

Versões:

  • 87 cv na versão Active
  • 87 cv + bateria grande na Boost
  • 154 cv na Comfort (0-100 km/h em 7.9s)

É rápido o suficiente para cidade, e não compromete na via rápida ou autoestrada. Mas, como deve imaginar, isto não é um carro pensado para estes percursos. A regeneração é fraquinha e o travão tem um toque esponjoso. Mas, para o dia-a-dia, anda bem, é leve, previsível e confortável o suficiente para enfrentar Lisboa em hora de ponta.

É um citadino para ir ao emprego, ir buscar os putos à escola, e ir ao ginásio.

Preços e custos. Aqui é onde o carro mata a concorrência

Anda à volta dos 20~21 mil euros, sem potenciais descontos do concessionário. Também existem campanhas para financiamentos que levam a pagamentos mensais muito baixos. Por isso, pode ser uma alternativa muito interessante para quem fazer percursos curtos, mas não quer dizer adeus ao conforto e à tecnologia.

Veredito. Vale a pena?

O BYD Dolphin Surf não é o mais rápido, não é o mais refinado e não tem o carregamento mais rápido. Mas é, provavelmente, um dos elétricos mais sensatos para quem quer entrar neste mundo sem arruinar o orçamento.

Tem espaço, tem autonomia suficiente para o dia-a-dia, vem carregado de equipamento e, acima de tudo, tem um preço realista.

Se conseguires esticar para um Renault 5, que na minha opinião é o melhor elétrico do segmento, faz isso, porque é outro nível. Mas, vais ter de gastar uma quantia um pouco mais significativa de dinheiro, e o dinheiro faz falta.

🔥 Este artigo foi útil?


Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!

A ferver

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

Em destaque