A nova burla das caixas vazias em entregas ao domicílio

Comprar online tornou-se rotina. Desde roupa a eletrónica, passando por supermercado, hoje quase tudo pode ser encomendado sem sair de casa. Mas o crescimento das compras digitais trouxe também novos esquemas de fraude. Uma das mais recentes é a chamada “burla das caixas vazias”, que já fez vítimas em Portugal e que pode afetar qualquer consumidor distraído.

Como funciona a burla das caixas vazias

O golpe é simples e explora a confiança nas entregas ao domicílio. A vítima recebe em casa uma caixa aparentemente normal, com etiqueta de transporte, fita-cola da transportadora e todos os sinais de que se trata de uma entrega legítima. Mas, ao abrir, encontra… nada.

Nalguns casos, a caixa contém apenas objetos de enchimento, como papel, cartão ou até pedras para simular peso. O objetivo é fazer crer que o produto foi entregue, quando na verdade a vítima recebeu apenas uma embalagem vazia.

Este esquema tem várias variações. Em algumas situações, os burlões enviam uma caixa vazia diretamente para o comprador, usando lojas falsas ou perfis falsos em marketplaces. Noutras, exploram falhas no processo logístico: adulteram encomendas em trânsito, substituindo o conteúdo antes da entrega final.

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Porque é que esta burla é tão eficaz

A resposta está no ritmo das entregas online. Muitas pessoas recebem várias encomendas por semana, confiam nos estafetas e raramente verificam no momento se a caixa tem o conteúdo correto. Basta assinar a entrega para que, oficialmente, a mercadoria seja considerada recebida.

Além disso, muitas transportadoras funcionam com prazos apertados, o que cria pressão para que o cliente assine rapidamente sem verificar. É exatamente essa pressa que os criminosos exploram.

O impacto para as vítimas

Receber uma caixa vazia significa enfrentar um processo de reclamação complicado. As lojas e transportadoras exigem provas de que a mercadoria não foi entregue corretamente, mas muitas vezes o consumidor fica de mãos atadas, já que assinou a receção.

Em alguns casos, o valor perdido é baixo, como um pequeno acessório. Mas já houve relatos de burlas que envolvem produtos caros, como smartphones ou portáteis. Nessas situações, a perda financeira pode ser significativa.

Como te protegeres de caixas vazias nas entregas

A prevenção é a melhor arma contra este tipo de burla. Eis alguns cuidados essenciais:

  • Verifica sempre o peso da encomenda. Se a caixa parecer demasiado leve para o que compraste, não assines sem confirmar.
  • Abre a encomenda na presença do estafeta, sempre que possível. Se o conteúdo não estiver correto, recusa a entrega no momento.
  • Fotografa a caixa por fora e por dentro assim que a recebes. Estas imagens podem ser fundamentais numa reclamação.
  • Compra apenas em lojas e marketplaces de confiança, que tenham políticas claras de devolução e apoio ao cliente.
  • Desconfia de preços demasiado baixos, especialmente em sites pouco conhecidos. Muitas burlas começam com promoções irresistíveis.

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O que fazer se fores vítima

Se receberes uma caixa vazia, deves agir rapidamente. Primeiro, entra em contacto com a loja onde compraste o produto e apresenta todas as provas disponíveis: fotos da caixa, número de encomenda, recibo de pagamento e, se possível, testemunho do estafeta.

Em paralelo, contacta a transportadora e abre uma reclamação formal. Se houver suspeita de fraude intencional, também é importante apresentar queixa na polícia, já que estes esquemas podem estar associados a redes organizadas.

Em casos de compras feitas com cartão de crédito ou serviços como PayPal, pode ser possível abrir um pedido de reembolso junto da entidade financeira. Nunca deixes passar o prazo de contestação.

É preciso cuidado

A burla das caixas vazias em entregas ao domicílio mostra que os criminosos não precisam de esquemas tecnológicos sofisticados para enganar consumidores. Bastam criatividade, rapidez e a confiança excessiva de quem recebe a encomenda.

A melhor defesa é simples: atenção no momento da entrega, registo fotográfico imediato e compras apenas em sites de confiança. No comércio eletrónico, a pressa é inimiga da segurança. Um minuto extra para verificar a encomenda pode poupar-te dias de stress e, em alguns casos, centenas de euros de prejuízo.

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Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

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