Imagine acordar numa manhã qualquer… e descobrir que está preso dentro do seu prédio por uma parede de tijolos que surgiu do nada. Sem explicação. Sem saída. E nem tão pouco lógica aparente. Assim começa “Brick”, o novo thriller psicológico da Netflix que promete mexer com os nervos ou, pelo menos, com a sua curiosidade.
“Brick” já está na Netflix e vai mexer com os seus nervos!
Este filme alemão original da plataforma tem uma premissa tão absurda quanto interessante: um casal à beira da separação é forçado a enfrentar os seus demónios quando o mundo lá fora desaparece subitamente atrás de uma muralha de tijolos.
Se gostou da ideia, há boas e más notícias. “Brick” é viciante mas está longe de ser perfeito. A execução tropeça em momentos de melodrama exagerado, atuações pouco subtis e diálogos que fazem lembrar novelas de fim de tarde. A sensação é que os criadores decidiram que o público da Netflix precisa de tudo muito mastigado… e entregaram exatamente isso.
Mesmo assim, a curiosidade em saber o que está a acontecer é poderosa. O mistério da parede, o isolamento forçado e o ambiente claustrofóbico criam uma tensão constante. E se conseguir ignorar algumas falhas de guião, vai querer chegar ao fim só para descobrir o que raio está a acontecer naquele prédio. Parei de ver durante um tempo, por questões “parentais” mas rapidamente tive de voltar a ver para perceber qual a razão para o que se estava a passar.
De que trata, afinal, “Brick”?
Os protagonistas são Tim (Matthias Schweighöfer) e Olivia (Ruby O. Fee), um casal em crise após uma tragédia pessoal. A relação está por um fio até que uma parede de tijolos inexplicável surge à volta do seu apartamento em Hamburgo, selando completamente o edifício do mundo exterior.
Rapidamente percebem que não estão sozinhos. Todo o prédio está isolado, e outros vizinhos também tentam compreender o que se passa. Sem saída visível, a única opção é cavar para os pisos inferiores e formar uma equipa improvisada de sobreviventes.
Mas o verdadeiro perigo não está só na parede que os prende. Começam a surgir tensões entre os vizinhos, segredos vêm à tona e a linha entre sobrevivência e paranóia começa a esbater-se. Afinal, será que a verdadeira ameaça veio de fora ou sempre esteve dentro do prédio?
Vale a pena ver?
“Brick” é um daqueles filmes que vive mais da ideia do que da execução. Há momentos em que quase desistimos, mas a promessa de respostas mantém-nos presos. E sim, o final é satisfatório o suficiente para que o esforço não seja em vão.
Se gosta de thrillers psicológicos com um toque de ficção e claustrofobia, e está disposto a tolerar atuações inconsistentes em troca de um mistério intrigante, “Brick” pode ser exatamente aquilo que precisa para a sua próxima sessão Netflix.