Quem nunca começou o dia a correr e pensou: “Pelo menos o café salva-me”? As máquinas de café já são parte da rotina de milhões de pessoas, em casa, no trabalho, no ginásio e até em consultórios médicos. Basta carregar num botão e, em segundos, tens a chávena pronta. Mas há um detalhe que quase ninguém repara: aquele botão que usas todos os dias pode ser um dos locais mais sujos e perigosos da máquina.
Sim, é isso mesmo: o botão que liga, desliga ou inicia a preparação do café pode estar a acumular fungos e bactérias invisíveis que acabam por contaminar a tua bebida favorita.
O lado escondido da tua máquina de café
À primeira vista, uma máquina de café parece limpa. É pequena, moderna, muitas vezes até brilhante. Mas por dentro, o ambiente é o sonho de qualquer fungo:
- Calor constante depois de cada utilização,
- Humidade residual da água e vapor,
- Restos de café e açúcares que ficam nos cantos.
Agora imagina: usas a máquina todos os dias, mas quase nunca a desmontas para limpar os detalhes. E aquele botão, que parece inofensivo, é constantemente pressionado por mãos que já tocaram no telemóvel, no rato do computador, em notas ou moedas.
Resultado: o botão transforma-se num foco de microrganismos que se acumulam à superfície e, muitas vezes, infiltram-se pelas pequenas ranhuras laterais.
O que a ciência descobriu sobre máquinas de café
Um estudo realizado pela Universitat de València, em Espanha, analisou 9 máquinas de café usadas diariamente em casas e escritórios. O resultado foi preocupante: todas apresentavam colónias de fungos e bactérias nas partes internas, mesmo quando eram limpas regularmente.
O botão, por ser um ponto de contacto constante e pouco higienizado, foi considerado uma das zonas críticas. Encontraram-se microrganismos como:
Enterobacteriaceae, associados a infeções intestinais, Pseudomonas, que adoram ambientes húmidos e vários tipos de fungos capazes de gerar mau cheiro e deteriorar a bebida.
Mas como é que isso chega ao café?
A ligação é mais simples do que parece. Cada vez que carregas no botão com a mão contaminada, deixas bactérias na superfície. Com a humidade e o calor, elas proliferam. Eventualmente, o vapor que sobe ou a condensação arrastam esses microrganismos para dentro da máquina, contaminando o circuito interno e, em casos mais extremos, chegando até à chávena.
É por isso que muitas vezes notas um cheiro estranho ou sabor ligeiramente azedo no café, mesmo usando cápsulas novas ou café moído de qualidade.
O perigo dos botões que nunca são limpos
Pensa bem: quando foi a última vez que limpaste com cuidado o botão da tua máquina de café?
Provavelmente nunca, ou apenas passaste um pano por cima.
A maioria das pessoas esquece-se que é ali que todos tocam: familiares, colegas de trabalho, clientes.
No escritório, o botão pode ser usado por dezenas de mãos diferentes todos os dias, transformando-se numa verdadeira autoestrada de germes.
Como evitar que o botão se transforme num foco de fungos
Limpa o botão diariamente. Um pano com álcool isopropílico ou toalhitas antibacterianas já ajudam muito.
Desmonta e higieniza a máquina regularmente. Não só o depósito de água e a bandeja, mas também as partes internas que acumulam resíduos.
Lava as mãos antes de usar a máquina. Assim parece exagero, mas evita transferir germes.
Não uses sempre no modo “rápido”. Como tal deixa correr água quente sem cápsula para limpar o circuito.
Presta atenção a cheiros estranhos. Isto porque podem indicar a presença de fungos.
Mas afinal, deves preocupar-te tanto assim?
Para a maioria das pessoas saudáveis, beber café de uma máquina com um botão pouco limpo não vai causar doenças graves. O corpo humano lida diariamente com milhares de microrganismos.
Mas o risco existe principalmente em contextos de uso coletivo (empresas, cafés, ginásios). Para pessoas com sistema imunitário fragilizado, o contacto com fungos e bactérias em excesso pode provocar infeções, alergias e problemas gastrointestinais.
Curiosidade: não é só no botão
Os especialistas alertam que outras zonas da máquina também são verdadeiros “paraísos de germes”:
Depósito de água: muitas vezes cheio de biofilmes invisíveis.
Bandeja de resíduos: acumula café e açúcar em decomposição.
Saída do café: o tubo por onde passa a bebida pode conter fungos se não se limpar.
Ou seja, não é só o botão… mas ele é o primeiro ponto de contacto com os teus germes diários.
A rotina do café não tem de se interromper. A ciência não está a dizer para deixares de usar máquinas de café, mas sim para usares com consciência. Afinal, aquele botão que carregas todos os dias pode ser muito mais do que plástico brilhante: pode ser a porta de entrada de fungos indesejados.
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