Atenção: podes estar ao lado de um carro estacionado e nem imaginar que dele está a sair uma rajada de mensagens fraudulentas dirigida a todos os telemóveis nas redondezas. Não é ficção. São as chamadas “bazucas SMS”. Trata-se de novos emissores móveis que funcionam como pequenas antenas e que burlões colocam dentro de carros, vans ou até mochilas para enviar SMS em massa numa área de 1 a 3 km. O resultado? Em poucos minutos, bairros inteiros podem receber centenas ou milhares de mensagens falsas que parecem vir do teu banco, de uma transportadora ou de um serviço público. Ou seja, as antenas nos carros podem atacar o telemóvel e o pior é que para já não há solução.
Como funcionam essas “bazucas SMS”
Os aparelhos simulam uma estação-base de telecomunicações: quando os telemóveis na área se conectam a essa estação falsa, o emissor pode enviar SMS em massa e até falsificar o remetente. É uma mistura de ataque físico (uma antena móvel no carro) com fraude digital. Ao operar fora das redes oficiais, muitos destes envios não passam pelos filtros das operadoras, o que torna o golpe ainda mais eficaz.
Isto já é um problema real
Escala brutal: modelos avançados chegam a enviar até 100.000 SMS por hora.
Mobilidade: as antenas andam de carro, mudam de bairro, desaparecem, voltam a aparecer.
Imitação perfeita: os emissores conseguem mascarar o remetente (bancos, transportadoras, serviços do Estado).
Rastreio difícil: por serem móveis e rápidos, só com denúncias e coordenação policial é possível localizá-los.
Os primeiros usos detectados surgiram no Sudeste Asiático, mas já há registos e alertas em várias partes do mundo. Onde há gente e trânsito, há oportunidade para estes atacantes.
O que te pode acontecer em segundos
- Recebes um SMS com link: “Pagamento pendente. Confirma os dados”, clicas e entregas dados bancários.
- Recebes aviso “tentativa de entrega” com link. Introduzes cartão para “reagendar” e perdes dinheiro.
- Chegam mensagem com código para “autenticação”. Assim és induzido a partilhar códigos que permitem aceder a contas.
Mesmo que só 0,1% das pessoas caia, com dezenas de milhares de mensagens o retorno para o burlão é alto e ele cobre o custo do equipamento rapidamente.
Como te protegeres: medidas que realmente funcionam
Não existe uma defesa perfeita quando estás literalmente a centímetros da antena, mas estas medidas reduzem muito o risco:
Nunca cliques em links de SMS inesperados. Mesmo que o remetente pareça legítimo, abre a app oficial (banco, transportadora) ou o site diretamente.
Desconfia sempre de pedidos urgentes por SMS. Mensagens que pressionam (“faça já”, “última chamada”) são o padrão das fraudes.
Usa autenticação por app, não por SMS. Google Authenticator ou a app do teu banco são muito mais seguros do que códigos enviados por SMS.
Configura bloqueadores e aplicações de segurança no telemóvel. Apps de identificação de spam e bloqueio podem sinalizar padrões estranhos. Não são perfeitas, mas ajudam.
Se receberes um SMS suspeito, tira um screenshot, guarda a hora e o número e denuncia ao banco e à polícia. Denúncias em conjunto ajudam a rastrear emissores.
Evita redes automáticas. Não te ligues automaticamente a redes desconhecidas e desativa conexões automáticas quando não as precisas.
O que as autoridades e operadoras têm de fazer
Em primeiro lugar regulamentar mais rigorosamente a venda de hardware de transmissão em massa. Para além disso melhorar a cooperação internacional para localizar emissores móveis.
Mas enquanto a legislação e o controlo não se adaptarem rapidamente, a prevenção depende muito do comportamento dos utilizadores e da rapidez das denúncias locais.
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