Já te aconteceu? Estás em casa, a meio de um dia normal, e tocam à campainha. Entretanto do outro lado, uma pessoa simpática, com um crachá pendurado e uma pasta cheia de papéis, diz: “Boa tarde, venho fazer a verificação do seu contrato de eletricidade, é só um minuto.” Parece legítimo, não é? O problema é que não era ninguém da EDP, nem da GALP, nem da Endesa. Assim era mais um dos “comerciais camaleões” que andam de porta em porta a tentar roubar dados ou mudar contratos sem autorização. E sim, é perfeitamente legal que estas empresas façam visitas… mas também é perfeitamente fácil disfarçar-se de uma delas. O problema é que quase mudavam o contrato.
O truque começa sempre da mesma forma
Os falsos comerciais sabem o que estão a fazer. Chegam com crachás improvisados, folhas com logótipos e um discurso bem ensaiado:
“Estamos só a confirmar se tem o desconto certo na tarifa.”
“O seu contrato está desatualizado, precisa de ser validado.”
“Se me mostrar a fatura, resolvemos já aqui.”
O objetivo é sempre o mesmo: fazer-te mostrar a fatura da luz. Com esse simples papel, conseguem o teu número de contribuinte e o código do ponto de entrega (CPE) e é tudo o que precisam para mudar-te de fornecedor de energia sem autorização explícita.
E o pior? Quando dás conta, já tens um novo contrato ativo… e uma dor de cabeça monumental para reverter a situação.
O que acontece a seguir
Entretanto muita gente só descobre a burla quando recebe duas faturas uma da empresa antiga e outra da nova. Por outro lado, algumas pessoas só percebem quando tentam contactar o antigo fornecedor e ouvem:
“O seu contrato foi cancelado a pedido do cliente.” Cliente? Qual cliente? Tu nunca pediste nada. E é aqui que começa o calvário.
- chamadas intermináveis para linhas de apoio;
- trocas de emails que “nunca chegam”;
- e aquela sensação de impotência por saber que alguém mexeu nas tuas contas sem autorização.
Como eles te apanham
Estes esquemas evoluíram. Assim já não é só porta a porta. Há quem ligue a fingir ser da EDP, Endesa ou Goldenergy, com frases estudadas para gerar confiança:
“Sou do departamento de atualização de tarifas.”
“Estamos a rever contratos antigos para garantir o melhor preço.”
Falam com autoridade, mencionam o teu nome, até o teu código postal. E no fim pedem “só a confirmação do CPE e do NIF”. Pronto, contrato assinado digitalmente sem nunca o teres pedido.
Como te podes proteger
- Nunca mostres a tua fatura a quem bate à porta.
- Liga tu próprio para a tua fornecedora (número oficial, nunca o que te dão).
- Desconfia de crachás, coletes e logótipos são fáceis de falsificar.
- Se te disserem que é urgente ou obrigatório, é quase certo que é esquema.
- Verifica o teu contrato no portal da ERSE ou EDP Online e se aparecer uma alteração recente que não pediste, contacta de imediato a tua fornecedora.
E se já foste enganado?
Entretanto não te cales. Assim contacta logo a tua empresa de energia original. Também a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) e, se for preciso, a DECO ou até o CIMPAS. Podes exigir a anulação imediata do contrato fraudulento e ainda pedir compensação pelos danos causados.
Estas burlas estão a tornar-se tão bem montadas que até pessoas com experiência caem nelas. Assim basta um momento de distração, uma conversa simpática e um logótipo convincente. E é por isso que têm tanto sucesso: porque não parecem burlas.
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