Encontraste arroz cru no chão do prédio? Pode ser o sinal de algo pior

À primeira vista, parece apenas descuido. Um punhado de arroz espalhado no chão da entrada, junto ao elevador ou à porta do prédio. Alguém deve ter deixado cair, pensas tu. Mas se tens visto isto com frequência, é melhor prestares atenção: pode não ser um acidente e pode ser um sinal preocupante.

O estranho caso do “arroz no chão”

Nas últimas semanas, têm surgido vários relatos em grupos de vizinhança e segurança residencial sobre grãos de arroz deixados propositadamente em entradas de prédios, corredores e garagens. Em alguns casos, os moradores repararam que o arroz aparecia sempre nos mesmos sítios e à mesma hora do dia.

A primeira reação foi achar que era superstição. Mas rapidamente perceberam que não era coincidência e que nem sempre tinha a ver com rituais religiosos.

O que pode significar o arroz espalhado

Há três explicações principais, e todas merecem atenção.

Rituais espirituais

Em várias culturas incluindo algumas muito presentes em Portugal o arroz utiliza-se em ritos de limpeza energética, proteção ou prosperidade. Alguns praticantes deixam pequenos montes de arroz em cruzamentos, portas ou escadas para “afastar o azar” ou “atrair boas energias”.

Mas há uma diferença clara:

Nesses casos, o arroz é deixado de forma ordenada (em círculos ou montes pequenos) e costuma aparecer perto de casas particulares, não em zonas comuns de condomínios.

Se encontras arroz espalhado de forma aleatória, sem contexto espiritual evidente, pode não ter nada de esotérico.

Marcação de território, literalmente

Segundo várias forças policiais europeias, há criminosos que usam pequenos sinais físicos (como arroz, fita adesiva ou giz) para marcar casas ou prédios onde há pouco movimento.

O truque é simples e assustador:

Deixam pequenas quantidades de arroz cru junto à entrada.

Se passarem uns dias e os grãos ainda estiverem no chão, é sinal de que ninguém entra nem sai.

O local considera-se então “seguro” para um possível assalto.

Esta técnica já foi observada em redes de furto organizadas, que aproveitam férias ou ausências prolongadas dos moradores. E sim, arroz é perfeito para o disfarce: é barato, comum e passa despercebido a 99% das pessoas.

Armadilha para insetos (com segundas intenções)

Há também relatos de arroz usado como “teste de formigas” ou isco para pragas, colocado por quem quer avaliar se há movimentação de insetos no edifício. Mas, em alguns casos, essas armadilhas são pretexto: alguém coloca o arroz como desculpa para rondar o prédio, observar portas, medir horários ou testar o sistema de limpeza.

O resultado é o mesmo. Saber se há movimento humano.

arroz integral contém mais arsénio do que o arroz branco

Como perceber se é “nada” ou se há perigo

Antes de entrar em pânico, observa com calma:

Vê onde o arroz está. Se for mesmo à entrada principal ou no patamar de um andar vazio, é mais suspeito.

Repara se há mais marcas. Autocolantes, fitas transparentes, riscos de giz ou pequenos papéis podem indicar uma marcação combinada.

Pergunta aos vizinhos. Se ninguém souber de onde veio, tira uma foto e avisa o condomínio ou a administração.

Fala com o segurança ou a PSP. As autoridades preferem sempre que se reporte algo do que ignorar.

Muitas destas marcações não partem de quem vai assaltar mas por quem passa a informação a terceiros. Há quem trabalhe apenas a identificar “padrões” de movimento, deixando sinais discretos e depois vendendo essa informação a grupos de assaltantes.
O arroz é apenas o primeiro passo de um esquema maior.

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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