O frio chega em força e começa logo a correria: mais uma manta no sofá, mais uma camisola em casa… e, inevitavelmente, o dedo a pairar sobre o botão do aquecedor. O problema? Cada vez que o ligas sem pensar, é como se estivesses a dizer ao teu fornecedor de energia: “Cobra à vontade”. A boa notícia: nem todos os aquecedores são iguais e assim há modelos que conseguem aquecer bem e gastam menos, e outros que são autênticas máquinas de queimar euros. Vamos pô-los frente a frente.
Primeiro: o que significam afinal os Watts?
Todos os aquecedores elétricos vêm com um número bem visível: 1000W, 1500W, 2000W…
É isto que manda na fatura.
Os Watts (W) dizem-te quanta potência o aparelho consome.
1000W = 1 kW.
Se usares um aquecedor de 1000W durante 1 hora, gastas 1 kWh de eletricidade.
E é em kWh que o teu fornecedor te cobra: por exemplo, 0,17€ por kWh (em muitos casos já anda perto dos 0,20€).
Ou seja quanto mais Watts, mais rápido aquece… mas também mais pagas. Por isso o truque não é só “aquecer tudo no máximo”, é escolher bem o tipo de aquecedor.
Aquecedores que gastam menos: infravermelhos
Os aquecedores a infravermelhos não aquecem o ar à volta: aquecem pessoas e objetos diretamente. É como ter um “solzinho” virado para ti dentro de casa.

Em vez de perder energia a aquecer o ar todo da divisão, concentram o calor onde interessa. Resultado: menos tempo ligados, menos gasto na conta.
Podem ser pequenos e portáteis ou maiores para divisões mais amplas. Nas lojas online, basta procurares por “aquecedor infravermelhos” e encontras logo vários modelos.
Vantagens:
- São, em geral, os mais económicos a nível de consumo real.
- Ideais para quem quer aquecer uma zona específica (escritório, sofá, mesa de trabalho) sem ligar “o sol” à casa toda.
- Não libertam fumos nem cheiros.
Contras:
- São ótimos no caminho direto do calor; se estiveres fora desse “raio”, notas menos efeito.
- Não são o melhor para aquecer toda a divisão de forma homogénea.
Os “famosos” termoventiladores: rápidos, mas atenção ao barulho (e aos Watts)
Os aquecedores termoventiladores são os mais comuns: têm um elemento de aquecimento metálico ou cerâmico e um ventilador que sopra o ar quente para a divisão.
A grande vantagem é simples: aquecem rápido. Em poucos minutos já sentes o ambiente mais confortável.

Há muitos modelos de 1500W, mas também existem versões de 2000W ou mais. Aqui é mesmo importante leres a etiqueta:
– Menos Watts = menos capacidade de aquecimento, mas também menos dinheiro gasto.
– Mais Watts = aquece mais depressa, mas pesa mais na fatura.
Vantagens:
– São baratos, fáceis de arrumar e aquecem depressa.
– Alguns modelos também funcionam como ventilador no verão.
Contras:
– São barulhentos.
– Costumam libertar aquele clássico cheiro a pó queimado quando ligam depois de muito tempo parados.
– Se abusares nos Watts, a conta da luz nota logo.
Radiadores a óleo: lentos, mas amigos do conforto
Os aquecedores a óleo (radiadores) funcionam aquecendo um óleo interno que depois transmite calor ao corpo do aparelho. Demoram mais a arrancar – muitas vezes uns 30 minutos até estarem no ponto – mas depois mantêm o calor durante bastante tempo.
Isto significa que podem ser uma opção eficiente para aquecer um quarto ou sala durante várias horas, sem estarem sempre no máximo.

Têm aquela aparência “antiquada”, é verdade, mas continuam a ser muito usados porque aquecem bem e sem barulho.
Vantagens:
– São praticamente silenciosos.
– Mantêm o calor durante mais tempo, mesmo quando desligas ou baixas a potência.
– Bons para ter numa divisão onde ficas muitas horas (quarto, sala, escritório).
Contras:
– Demoram bastante a aquecer. Não são para quem quer calor imediato.
– São mais pesados e menos portáteis que outros modelos.
Aquecedores a halogéneo: calor rápido, mas pouca eficiência
Os aquecedores a halogéneo usam lâmpadas de halogéneo que emitem calor e luz ao mesmo tempo. São bons para aquecer áreas pequenas e apenas se estiveres relativamente perto.
Pensas neles como “aquecedores de proximidade”: sentes bem o calor se estiveres mesmo ali à frente. Se te afastares, o efeito cai a pique.

Vantagens:
– Calor imediato quando os ligas.
– Ideais para uso muito pontual e de curta duração.
Contras:
– Não são os mais eficientes para aquecer uma divisão inteira.
– Podes acabar por os ter ligados mais tempo… e aí a poupança desaparece.
Todos os aquecedores são 100% eficientes… mas a fatura não é igual
Em termos de conversão de eletricidade em calor, todos os aquecedores elétricos são praticamente 100% eficientes. Ou seja, 1000W de um aquecedor a óleo, infravermelhos ou termoventilador vão sempre transformar-se em calor.
Então onde está a diferença?
Na forma como distribuem o calor.
No tempo em que precisam de estar ligados para te deixarem confortável.
Um aquecedor que aquece rápido e direto (como o infravermelho) pode estar ligado menos tempo. Um radiador a óleo pode funcionar em potência mais baixa durante mais horas, mantendo a divisão estável. Um termoventilador no máximo pode parecer ótimo… até chegares ao fim do mês.
Além disso, é crucial escolher modelos com:
– Termostato, para desligarem ou baixarem a potência quando a sala atinge a temperatura desejada.
– Temporizador, para não ficarem ligados “por engano” toda a noite ou quando sais de casa.
São estes pormenores que fazem a diferença entre um aquecedor “baratinho” que sai caro e um investimento que se paga a si próprio.
Quanto vais pagar afinal? Exemplo com 1500W e 2000W
Vamos fazer as contas com dois casos típicos, assumindo um custo médio de 0,17€/kWh (em algumas empresas já anda perto dos 0,20€):
Aquecedor de 1500W (1,5 kW)
– Ligado 6 horas por dia
– Consumo diário: 1,5 kW × 6 h = 9 kWh/dia
– Custo diário: 9 × 0,17€ ≈ 1,53€ por dia
– Ao fim do mês (30 dias): cerca de 45€
Aquecedor de 2000W (2 kW)
– Nas mesmas 6 horas por dia
– Consumo diário: 2 kW × 6 h = 12 kWh/dia
– Custo diário: 12 × 0,17€ ≈ 2€ por dia
– Ao fim do mês: cerca de 61€
Ou seja, só por subires de 1500W para 2000W, podes estar a pagar mais 16€ por mês… para fazer exatamente a mesma coisa: aquecer a casa.
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