A Apple lá fez a mudança que a União Europeia obrigou: USB-C no iPhone. Mas, como sempre, conseguiu transformar uma vitória dos consumidores numa jogada a seu favor. O truque é simples: dá-nos um cabo USB-C que parece moderno, mas que por dentro não passa de um USB 2.0 mascarado.
Como pode ver pela imagem em baixo.
Ou seja, quem compra um iPhone Pro de mais de 1.200€ leva para casa um cabo limitado a 480 Mbps de transferência de dados. Em 2025, isto é ridículo.
Para pôr em perspetiva: até um telemóvel Android de 200€ vem, muitas vezes, com cabos USB 3.0 ou superiores. Qual é a diferença? Simples, nesses cabos podes transferir ficheiros a velocidades de 5 ou 10 Gbps, enquanto no iPhone vais ficar preso a velocidades à volta dos 480Mbps, o que seria normal há mais de uma década atrás.
Cabos iguais por fora, mas não por dentro!
Este é o grande problema do USB-C. Por fora, todos os cabos USB-C parecem iguais. A ficha é a mesma, mas os pinos internos e a forma como são aproveitados ditam se tens só carregamento básico ou se consegues também velocidades de dados decentes.
A Apple, claro, aproveita-se disso. Dá-te o mínimo na caixa e depois cobra-te à parte pelo “cabo certo”, que pode custar 70 ou 80€. Quer USB 3.0? Pague. Quer Thunderbolt? Pague ainda mais. E quem não estiver atento vai pensar que está tudo bem porque afinal “é USB-C”.
A estratégia de sempre: cortar no essencial sem ninguém saber.
Não é a primeira vez que isto acontece. Primeiro cortaram nos carregadores. Depois nos cabos Lightning de qualidade. Agora repetem a mesma jogada no USB-C.
Enquanto isso, no mundo Android, apesar do facto de também já não existirem carregadores na caixa (culpa da EU), até marcas como a Xiaomi, OPPO ou OnePlus já usam cabos USB-C com transferências rápidas e carregamento acima dos 100W incluídos na caixa. Não há cá truques, não há vendas adicionais forçadas.
É o clássico Apple. Vender o básico como se fosse inovação e cobrar por funcionalidades que deviam ser padrão em qualquer smartphone topo de gama.
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