A Apple quer chips a 2nm, mas a TSMC não chega para tudo, e pelos vistos, a Samsung continua fora da equação.
Ou seja, depois do sucesso com a gama iPhone 17, a Apple prepara-se para dar um dos maiores saltos tecnológicos dos últimos anos com a chegada dos seus primeiros chips a 2nm. Falamos dos A20 e A20 Pro, processadores que deverão equipar a futura linha iPhone 18, o muito falado iPhone Fold, e mais tarde os modelos base do iPhone 20.
O problema é que, mesmo garantindo uma fatia gigantesca da produção, como tem sido normal em cada salto a sério no lado da TSMC, a Apple está a bater de frente com a realidade.
Não há wafers que cheguem.
A Apple comprou quase metade da produção… e mesmo assim não chega!

Segundo os dados mais recentes, a Apple terá assegurado perto de metade da capacidade inicial de produção a 2nm da TSMC. Um número absurdo, e que significa muitos milhões investidos na gigante de Taiwan.
Ainda assim, a procura pela nova litografia é tão elevada que até a Apple está a enfrentar constrangimentos. A TSMC está sobrecarregada, quer manter o processo mais avançado concentrado em Taiwan, e ainda não tem capacidade global suficiente para responder a todos os clientes.
Ou seja, mesmo o maior cliente da TSMC não está imune a atrasos e limitações.
A pergunta óbvia: porque não recorrer à Samsung?
À primeira vista, a resposta parece simples.
A Samsung já anunciou o seu processo 2nm GAA, já tem um chip funcional no mercado, o Exynos 2600, e até promete iniciar produção em massa nos EUA antes da TSMC ter uma cadeia global totalmente operacional.
Além disso, a Samsung já fechou contratos multimilionários com empresas como a Tesla e fabricantes chineses de hardware especializado. Capacidade existe. Ambição também.
Mas a Apple continua a dizer que não.
O passado pesa!
A razão principal parece ser uma só. Confiança.
A Apple valoriza acima de tudo rendimento e consistência. A TSMC tem um histórico quase imaculado neste campo, com yields elevados e previsíveis, mesmo em processos acabadinhos de sair. A Samsung, por outro lado, carrega um passado complicado, sobretudo nos primeiros anos de cada nova litografia.
Aliás, até no caso do Exynos 2600, já se fala de problemas de aquecimento e eficiência energética, o que não é um bom sinal.
Alliás, no caso do 2nm GAA, os números iniciais não ajudam. Estima-se que a Samsung tenha começado com yields na ordem dos 50%. Mas, para que o processo seja economicamente viável, esse valor tem de subir para perto dos 70%. A TSMC, por comparação, já rondava os 60% ainda em fase de testes.
Para uma empresa como a Apple, que vende milhões de unidades e não gosta de surpresas, isto é um risco demasiado grande.
O futuro vai ficar ainda mais caro
Curiosamente, a Apple já olha para lá dos 2nm. Depois do A20, a marca deverá avançar para o processo A14 (1.4nm) da TSMC. Um salto tecnológico impressionante, mas também assustador em termos de custos. Fala-se em valores na ordem dos 45.000 dólares por wafer.
Assim, se os preços continuarem a disparar e a Samsung conseguir provar estabilidade e bons yields, a Apple pode ser forçada a reconsiderar. Não por vontade, mas por necessidade.
Porém, para já, a mensagem é clara. Mesmo com falta de produção, a Apple prefere esperar pela TSMC do que arriscar com a Samsung.

