Apesar do facto de os smartphones dobráveis (ainda) não se venderem como pãezinhos quentes, o que vai contra as esperanças de várias fabricantes de renome, a realidade é que temos cada vez mais alternativas a chegar ao mercado Europeu. Aliás, há já algum tempo que a Samsung deixou de ser a dona e senhora deste mercado.
O Xiaomi Mix Flip é uma das propostas mais recentes no nosso mercado, e se tivesse um preço mais apelativo, seria também uma das mais interessantes.
Não me perceba mal. Não é que não goste do telemóvel!
Porém, o preço de lançamento (1299€) não faz de todo um enorme sentido para o nosso mercado, e no fundo, acaba por também não fazer muito sentido dentro da realidade que ainda se vive no lado dos smartphones dobráveis do tipo Flip.
Os smartphones dobráveis do tipo Flip ainda têm vários compromissos, bem como um tipo de consumidor muito específico, para chegarem a este preço.
O Mix Flip é bom, mas devia ter chegado a Portugal a 999€.
(Análise) Xiaomi Mix Flip: Gostei! Mas… Quem vai comprar?
Especificações Técnicas:
- SoC: Qualcomm Snapdragon 8 Gen3
- Memória RAM: 12GB LPDDR5X
- Ecrãs:
- 6.86”, 21.4:9, 2912 x 1224, 1-120Hz Xiaomi / TCL C8+ LTPO AMOLED
- 4.01”, 10.37:9, 1392 x 1208, 1-120Hz Xiaomi / TCL C8+ LTPO AMOLED
- Armazenamento: 512GB UFS 4.0
- Bateria: 4780mAh (67W com fios // Não tem carregamento sem fios)
- Tamanho e Peso:
- Aberto: 167.5 x 74.02 x 7.8mm
- Fechado:
- Peso: 192g
- Câmaras:
- Principal: 50MP 1/1.55” Xiaomi Light Fusion 800 sensor, ƒ/1.7, 0.5μm pixels, 86º FoV c/ OIS
- Telefoto: 50MP 1/2.8” OV60A sensor, ƒ/2.0, 0.612μm pixels, 49º FoV c/ Zoom Ótico 2x
- Frontal: 32MP 21mm (81.2º FoV) ƒ/2.0, , 1/2.76”
Introdução
Talvez não tenha ainda percebido, mas já há algum tempo que a Samsung deixou de ser a suprassumo do mundo dos dobráveis.
A gigante Sul-Coreana já não tem os smartphones mais bonitos, mais resistentes, mais poderosos, ou mais inovadores. Felizmente para o mundo dos smartphones, temos várias fabricantes a apostar neste “novo” mundo, e de facto, a Xiaomi até tem vindo a impressionar com as suas propostas.
Seja no lado Fold, ou no lado Flip da coisa.
O Mix Flip é uma prova disso mesmo! Isto ao chegar ao mercado de smartphones Android com argumentos superiores aos do Galaxy Z Flip 6 da Samsung. Isto em vários aspetos importantes ou quiçá até críticos.
Afinal, temos uma bateria maior, um ecrã exterior maior e por isso mais capaz de aproveitar o espaço disponível, excelentes níveis de performance, um design apelativo, e veja só… Câmaras de qualidade num dobrável.
Performance
O Xiaomi Mix Flip aparece com especificações de topo, e como tal, é um dos smartphones mais fluídos que vai ter a oportunidade de utilizar no seu dia-a-dia. Temos SoC (apesar de agora já estar ultrapassado), temos RAM, temos armazenamento, e até temos duas câmaras muito interessantes a dar vida ao módulo “traseiro”.
Verdade seja dita, performance nunca vai ser um problema, e de facto, apesar de a bateria não estar ao nível daquilo que um smartphone tradicional traz para cima da mesa, também não está muito longe dos 5000mAh do Galaxy S24 Ultra, o smartphone de referência do ecossistema Android.
Neste campo, nada a dizer. A única coisa que me “irrita” é mesmo o facto de não ter carregamento sem fios em 2024. Para mim, algo obrigatório em qualquer topo de gama, e de facto, também cada vez mais obrigatório na gama média.
Há muito de bom, mas também há problemas!
Infelizmente, mais uma vez, o software (HyperOS) continua a ser um calcanhar de Aquiles sério para a Xiaomi.
Sim, é verdade que o salto para o HyperOS ajudou, naquilo que é uma experiência agora mais fluída e mais rápida face ao velho MIUI. Porém, a realidade é que a Xiaomi continua a contar com uma das interfaces menos polidas do ecossistema Android, e também continua a sofrer com alguns bugs “chatos”.
Isto é menos mau na gama média, mas tem de ser corrigido na gama alta. Que é onde este smartphone se tenta inserir.
Aliás, a Xiaomi é cada vez mais uma fabricante que quer ser uma referência em todas as gamas de preço, e de facto, tem hardware e qualidade de construção para isso. Falta o software.
Entretanto, além do HyperOS, a realidade é que os smartphones dobráveis do tipo Flip não podem chegar ao mercado a preços de topo de gama tradicional. Um Flip não pode custar tanto quanto um iPhone Pro, ou um Galaxy S Ultra.
Peço desculpa, mas, pelo menos para mim, (ainda) não faz sentido.
Este formato continua a trazer compromissos sérios para aquilo que é um smartphone moderno, especialmente para aqueles que querem pertencer à gama alta.
Sendo exatamente por isso que encontramos apenas dois sensores de câmaras no módulo traseiro, em vez dos 3 ou 4 a que estamos habituados. Ainda assim, a performance de captura continua a ser muito boa, o que provavelmente também se deve ao apoio da Leica nos smartphones topo de gama da Xiaomi. Ora veja:
Além disso, apesar de ser um formato “curioso”, é também um tipo de smartphone que obriga o utilizador a abrir o smartphone 99% das vezes que o quiser utilizar.
Sim, o ecrã exterior está melhor, e até está brincalhão, com animações giras, e widgets que melhoram a experiência de utilização… Mas… Nada substitui o ecrã principal. Enquanto um Fold tem um ecrã exterior de dimensões normais que permite minizar a abertura do smartphone, o mesmo não acontece aqui.
Volto a dizer… É a minha opinião. É um aparelho giro, mas tem de ser mais barato, caso contrário, vai ser um nicho para todo o sempre.
Conclusão
É um telemóvel que faz sentido para quem gosta deste formato. O ecrã principal tem um tamanho normal e por isso é de facto muito bom, o ecrã secundário está muito bem conseguido, e talvez mais importante que tudo isto, temos as melhores câmaras do mundo dos dobráveis Flip.
Mas, continua a ser mais frágil, continua a ter de ser aberto e fechado várias vezes por dia, e claro, o preço podia e devia ser mais apelativo nesta altura do campeonato.
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