(Análise) SONY Inzone Buds: Antes do seu tempo?

(Análise) SONY Inzone Buds: Quem se lembra de em 2007 estar a jogar PS3 antes de sair para a escola? Eu lembro-me como se fosse ontem, especialmente do ritual diário de esconder sempre os fios dos meus fones por dentro da camisola e ir a ouvir Linkin Park enquanto fazia o caminho a pé, ou ia no sempre mítico autocarro.

Pois bem, já estamos em 2023! Hoje em dia, para além de jogarmos na PS5, os fones já não têm fios (pelo menos na grande maioria das vezes), e talvez mais importante que isso, trazem tecnologia que o nosso “eu” de 2007 provavemente nunca iria conseguir imaginar.

Neste caso mais concreto de fones sem fios, temos os recentemente lançados Inzone Buds, onde a Sony tentou juntar toda a sua tecnologia mais poderosa e eficiente para oferecer algo incrível para o PC, para a PlayStation 5, e claro, para o smartphone. Porém, na parte do smartphone, a coisa está um pouco limitada.

Caso seja uma pessoa que prefere um headset a earbuds, pode ir ler a nossa análise dos Sony Inzone H5 se quiser manter-se dentro desta marca

(Análise) Auscultadores Sony InZone H5

(Análise) SONY Inzone Buds: Antes do seu tempo?

Portanto, será que estes earbuds vêm para fazer concorrência aos gigantes do mercado? Ou será que mais vale continuar a esconder os fios por baixo da camisola? Vamos descobrir com esta análise.

Design e Conforto

Neste departamento é preciso fazer a distinção entre a case e os earbuds em si, isto porque enquanto que uma componente é excelente, a outra deixou-me perplexo.

Ou seja, no que toca aos earbuds em si, estes são extremamente confortáveis, tanto para longas sessões de gaming como para fazer desporto (é importante salientar que estes são resistentes a água/suor). O facto de vir equipado com várias borrachas de tamanhos diferentes garante que quase de certeza consegue adaptar estes buds ao formato dos ouvidos.

Visualmente posso dizer que é aparente a qualidade Sony, algo que já esperamos desta icónica empresa. Especialmente no modelo branco que claramente foi buscar inspiração ao design da PS5, e que por isso mesmo cria uma uniformidade visual aos equipamentos gaming que a Sony tem no mercado.

Agora, vamos falar do estranho caso desta caixa de transporte, porque este formato, na minha opinião, não lembra nem ao diabo!

Afinal, a realidade é que a grande maioria das pessoas geralmente prefere ter a case nos bolsos enquanto está a ouvir música/falar na rua, para ter fácil acesso, e claro, porque nem sempre andamos com uma mala onde a guardar.

Sendo este o caso, só lhe posso desejar boa sorte quando tentar colocar esta case num bolso que não esteja completamente vazio, ou se as calças forem minimamente apertadas.

O aspeto em si é premium, ficando ao mesmo nível dos buds, o problema está mesmo no formato que é tudo menos prático para o dia a dia. É um caso de “form over function”, onde para tentar destacar-se em relação à concorrência, acaba por sacrificar o elemento funcional, mais concretamente o da praticabilidade e conforto.

Conectividade e tempo de resposta

Relativamente ao tempo de resposta, este é igual aos Inzone H5. Estamos assim a falar de uma velocidade de 2.4Ghz quando conectado ao dongle USB-C que vem dentro da case, não existindo discrepância entre os visuais e o áudio. Isto é especialmente importante para ver filmes ou para sessões de gaming.

A questão surge, não na parte do tempo de resposta, mas sim na conectividade… passo a explicar.

Estes Inzone Buds têm a capacidade de funcionar através de Bluetooth (informação dramática, eu sei!). Porém, este bluetooth está limitado exclusivamente a dispositivos com suporte à tecnologia LE Audio.

  • Nota: O LE Audio tem como objetivo principal minimizar o gasto energético destes aparelhos.

Qual é então o problema? É que mesmo telemóveis de gama alta que foram lançados este ano podem não ter suporte à tecnologia, mesmo que o seu hardware base a tenha. Que é o caso do meu Nothing Phone 2.

Isto significa que para utilizar estes buds na rua com o meu telemóvel novo de cerca de 800€, tenho de ter a Dongle USB-C sempre conectada ao mesmo, o que para além de não ser prático, impede-me de usar um powerbank em simultâneo se asssim o necessitar.

Curiosamente, mesmo dentro de aparelhos Sony, a compatibilidade deixa muito a desejar. 

Com isto quero dizer que estes buds, por exemplo, não são compatíveis com a recém lançada Playstation Portal. Além disso, não podem funcionar em simultâneo com o PSVR 2 pois ambos necessitam de um entrada USB-C (a PS5 apenas disponibiliza uma). Curiosamente, nem a PS5 tem LE Audio.

Assim, se o seu sonho é ter o melhor do mundo gaming, e depois ir para a escola a ouvir Linkin Park como eu fazia nos meus tempos de adolescência… Pode tirar o cavalinho da chuva! Isto a não ser que tenha um S23 Ultra ou Pixel 8 Pro no bolso.

Qualidade do som e Microfone

No que toca à qualidade do som propriamente dita, esta é realmente muito boa! Tanto para gaming como para ouvir música fora de um ambiente de jogo.

Mesmo na PS5 onde não é possível utilizar software para ajustar os parâmetros do som, dei por mim completamente imerso nos jogos com a clareza do áudio e ainda mais com a ajuda do ANC (Active Noise Canceling).

Relativamente à música, posso dizer que fiz o teste mais sério possível… A treinar no ginásio! Resultou muito bem! Visto que nesse dia bati um recorde enquanto ouvia Iron Maiden nos Inzone Buds… Coinciência? Talvez, mas o que é certo é que dei por mim a tocar air guitar no meio do gym e completamente abstraído do resto do pessoal!

Porém, como nem tudo pode ser bom, é inegável que o microfone é simplesmente medíocre. Dá para desenrascar, mas destoa completamente da qualidade do resto do material. Servindo perfeitamente para fazer chamadas, enviar mensagens de voz, chamar nomes ao pessoal quando perdemos um jogo, etc… só não espere ser capaz de gravar um vídeo para o YouTube utilizando os buds como microfone.

Interface e Software

Aqui entra o Inzone Hub, o software que a Sony desenvolveu para gerir os dispositivos de áudio desta gama.

No Hub conseguimos ajustar os níveis de som utilizando o equalizador e criar perfis específicos para gaming ou para ouvir música, por exemplo. Felizmente é um software altamente acessível e intuitivo de utilizar, o que é raro nestes casos (é só tentar usar, por exemplo, a Razer synapse e vai perceber o que quero dizer)

Podemos também transferir a aplicação 360 Spatial Sound Personalizer no telemóvel que analisa o nosso ouvido e cria um perfil que melhor se adapta ao seu formato. Este perfil é por sua vez sincronizado com o Inzone Hub.

Bateria

Aqui está presente a única vantagem da implementação da tecnologia LE Audio, a duração da bateria. Verdade seja dita, esta é impressionante. Os Inzone buds conseguem transmitir durante 12 horas. Isto antes de ser necessário carregar na case que, contendo uma carga completa, aumenta a vida da bateria para 24 horas no total.

Conclusão

Em suma, posso dizer que estes Inzone buds são os melhores buds que utilizei este ano no que toca à qualidade do áudio… Mas também são o pior exemplo que já vi este ano no que toca à compatibilidade/conectividade.

A minha recomendação vai basear-se a 100% nos dispositivos a que planeia conectar estes buds.

Assim, se o seu telemóvel tiver LE Audio, e se não tiver expectativas de usar os buds com o PSVR 2 ou com a Portal, e além de tudo isto não se importar com o formato inconveniente da caixa… Então recomendo sem dúvida baseado tanto na qualidade som, do ANC e no design dos buds em si.

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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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Incríveis quando funcionam em pleno, provavelmente um 9/10 ou até um 10/10 se a questão for apenas a qualidade do áudio. Pena funcionaram muito pouco tempo dentro das suas capacidades máximas. Um produto nicho, para um nicho que não existe.(Análise) SONY Inzone Buds: Antes do seu tempo?