Haverá fabricante de smartphones mais irreverente e pronta a fazer das suas neste mercado que a Nothing?
Pois bem, depois do Phone (1) e Phone (2), que se tentaram posicionar mais como aparelhos de gama média alta, ou no caso do (2), como aparelho “quase” topo de gama, eis que está na hora de dar as boas vindas ao Nothing Phone (2a), um aparelho muito mais focado naquilo que ainda interessa a muitos e bons consumidores… A qualidade-preço!
Uma coisa é certa, apesar do design estranho, temos aqui muita coisa boa!
(Análise) Nothing Phone (2a): Estranho… Mas incrível naquilo em que se foca! Ou seja, na qualidade versus preço!
Portanto, o Phone (2a) é um aparelho de gama média que chega ao mercado para aproveitar muito do sucesso que o Phone (2) teve antes de si, ao mesmo tempo que também serve como uma espécie de adoção da estratégia Pixel por parte da Nothing, ao lançar o seu topo-de-gama, e 6 meses depois, um aparelho muito parecido, com alguns compromissos à mistura, mas claro, muito mais barato, tudo de forma a tentar agarrar uma outra franja de potenciais consumidores.
De forma mais concreta, o Nothing Phone (2a) tem o grande objetivo de oferecer uma experiência de utilização ótima, a um preço muito mais apelativo, ao ir de encontro às necessidades mais básicas dos consumidores, ao mesmo tempo que tenta oferecer um pouco daquilo que a Nothing faz de bem.
Dito tudo isto, é inegável que esta tentativa da Nothing de entrar no mundo da gama média acaba por ser extremamente interessante, porque apesar de ser um mercado quase sempre focado nas mesmas marcas, e mesmas gamas de produtos, é também um segmento que perdeu muita da sua alma após a pandemia de COVID-19. Os aparelhos BBB (bons, baratos e bonitos) estão em vias de extinção.
Mas, ao que tudo indica, o Phone (2a) da Nothing tem o grande objetivo de puxar o relógio para trás. Vamos voltar ao passado? Vamos por partes!
Performance
Como seria de esperar, aqui não temos um SoC Qualcomm topo de gama como tivemos a oportunidade de encontrar no Phone (2a). Em vez disso, temos um SoC MediaTek Dimensity 7200 Pro, que resulta de uma parceria muito próxima entre a fabricante de chips e a Nothing.
Estamos assim a falar de um SoC que não é topo de gama, mas ainda assim, tendo como base o processo de 4nm da TSMC, é capaz de oferecer níveis de performance extremamente curiosos, bem como muita eficiência energética. É um SoC muito similar ao do Redmi Note 13 Pro+ da Xiaomi, que nós afirmámos ser o topo de gama da gama média. Não foi por acaso!
Isto significa que temos um nível de performance muito similar ao de um Galaxy S22, ou Google Pixel 7 Pro. Não é incrível, mas, mais uma vez, estamos a falar de um smartphone de gama média que começa nos 349€. Não é mesmo nada mau.
Além do SoC, temos duas versões do Phone (2a) a chegar ao mercado, uma com 8GB de memória, e uma outra com 12GB de memória RAM. Porém, ambas contam com a ajuda da tecnologia RAM Booster, ou seja, é possível ir buscar mais 8GB ao armazenamento super rápido do smartphone, tudo para garantir que pode abrir todas as suas apps favoritas, e claro, mantê-las em memória.
Entretanto, é também preciso dizer que a Nothing e a MediaTek trabalharam afincadamente na introdução de várias tecnologias importantes para garantir que o smartphone chega rápido às suas mãos, e talvez mais importante que isso, se mantém rápido ao longo do seu ciclo de vida. Isto é especialmente verdade no lado do armazenamento interno, graças a tecnologias como o Smart Clean e Adaptive NTFS, que mantém a memória limpa, e por isso, com largura de banda para aquilo que realmente interessa.
Bateria e Carregamento
Ao ser um aparelho de gama média, como deve imaginar, o carregamento sem fios ficou na gaveta. Ainda assim, temos uma bateria de 5000mAh com suporte a carregamento rápido de 45W, o que por sua vez significa que consegue arrecadas 50% da bateria total em apenas 20 minutos.
A Nothing também afirma que esta bateria é superior na retenção da sua capacidade durante mais tempo. Ou seja, segundo a fabricante, o Nothing Phone (2a) vai manter mais de 90% da sua capacidade total após 1000 ciclos de carregamento. Isto significa que daqui a 3 anos ainda vai ter mais de 90% da sua bateria intacta.
Design e Ecrã
No lado do ecrã, temos um painel Flexible AMOLED (LPTS) de 6.7” com a resolução FHD+, e claro, a capacidade de chegar aos 120Hz. O brilho máximo fica pelos 1300 nits, o que podia ser um pouco melhor, mas está em linha com a gama de preços.
Dito tudo isto, ao contrário do Phone (2), este (2a) só consegue trocar a taxa de atualização de frames entre os 30Hz e 120Hz. Um dos compromissos para manter o preço baixo foi a utilização de um painel OLED LTPS em vez do mais avançado e mais caro LTPO.
Porém, sou muito honesto, não vai notar grandes diferenças. Parece ser o mesmo exato ecrã do topo de gama da fabricante.
Aqui vale ainda a pena salientar que apesar do facto de ser um aparelho de gama média, o Phone (2a) apresenta margens extremamente finas, com uma espessura de apenas 2.1mm à volta do ecrã OLED.
Design
Esta é a parte mais complicada desta análise. Afinal de contas, o design é sempre discutível.
Dito tudo isto, pessoalmente, acho o smartphone estranho, mas bonito. Especialmente na sua cor branca. Mas esta não é de todo uma opinião generalizada. Aliás, nunca vi opiniões tão díspares como neste aparelho. Há quem adore, há quem não goste, há também quem deteste. Há até quem diga que parece o Wall-E, o que muito honestamente não me parece ser uma má comparação.
Resumindo, é um smartphone muito diferente do habitual, naquilo que é muito provavelmente a identidade real da Nothing agora à vista de todos.
A fabricante quer lançar produtos muito diferentes daquilo que já temos nas prateleiras, o que claro está, por vezes vai resultar em “coisas” um bocado estranhas, mas que na minha opinião, vão funcionar um pouco como a Coca-Cola… Inicialmente é estranho, mas depois, a coisa até entranha.
Dito tudo isto, a traseira é agora de plástico em vez de vidro, e claro, a lateral deixou de ser alumínio para também ser plástico. São mudanças que obviamente se devem a compromissos para manter o preço baixo. Mas… Num mundo em que somos quase obrigados a usar capas de proteção para proteger o nosso investimento… Isso faz assim tanta diferença? Especialmente a 349€? Eu acho que não.
Vale ainda a pena apontar para o sistema de Glyphs que volta a dar um ar de sua graça, mas agora um pouco mais pequeno, com apenas 3 partes.
Em suma, continua a ser um aparelho muito bem construído, e na minha opinião, bem conseguido.
Câmaras
Outro ponto que vai dar que falar, mas que na minha opinião, para o preço, é um dos pontos mais fortes do Nothing Phone (2a). Acredito muito honestamente que a capacidade de captura de imagem deste smartphones está bastante acima do seu preço.
Quanto às especificações, temos dois sensores na traseira, ambos de 50MP, um principal e um outro mais focado no ultra-wide. Ambos contam com a ajuda do TrueLens Engine, ou como quem diz, o algoritmo de processamento de imagem da Nothing.
Como é óbvio, as imagens não vão ser tão boas como aquelas que podíamos encontrar no Phone (2). Ainda assim, para o preço, este smartphone não sabe tirar fotografias más. Veja o exemplo em baixo.
Entretanto, no lado da Selfie, temos um sensor de 32MP, que claro, também tem a ajuda do mesmo motor de processamento de imagem. Aliás, também temos modo de beleza que pode ser personalizado, ou simplesmente desligado.
Conclusão
Gosto! Aliás, gosto tanto que posso dizer sem qualquer problema que se porventura quiser um aparelho de gama média capaz de fazer tudo, ou pelo menos quase tudo, temos um novo rei no mundo Android.
Abram alas ao Nothing Phone (2a), que chega a 349€ para a versão de 8GB/128GB e 399€ para a versão de 12GB/256GB.
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