A AMD anda a preparar o terreno para algo que pode mexer (e muito) com o futuro da memória RAM. Ou seja, em vez de esperar pelo salto para uma nova geração baseada num novo pedrão (DDR6), a gigante americana registou uma patente que descreve uma nova forma de aproveitar a DDR5.
A ideia? Diplicar a largura de banda sem mexer nos chips em si.
O que a AMD está a propor?

O documento descreve um novo tipo de módulo de memória chamado HB-DIMM (High-Bandwidth DIMM). A base continua a ser a DDR5 que já conhecemos, mas com truques adicionais. Ou seja, pseudo-canais e chips de buffer que fazem a gestão inteligente dos sinais.
O resultado prático é impressionante! Visto que significa passar dos atuais 6.4 Gbps para 12.8 Gbps no bus da memória. Isto sem ser preciso redesenhar as DRAMs de raiz, mas sim com uma nova forma de as ligar e gerir.
Vantagens do sistema
A arquitetura apresentada permite aceder a diferentes canais em paralelo, em vez de seguir a ordem sequencial que limita a DDR5 tradicional. Além disso, pode operar em modos 1n ou 2n, ajustando os sinais e relógios para reduzir latência e melhorar a integridade dos dados.
Outro ponto interessante é a flexibilidade! Isto porque este tipo de módulo pode alternar entre pseudo-channel e quad-rank, adaptando-se a diferentes cenários de alto desempenho, desde gaming até workloads de inteligência artificial.
Porque é que isto importa?
A DDR5, apesar de ainda estar longe do fim de vida, já começa a bater em tetos de performance, especialmente quando falamos em IA ou grandes cargas de computação. Mas, mudar tudo para o DDR6 é caro, e significa um ritmo de evolução que acaba por não ser bom para ninguém.
Por isso, a proposta da AMD abre uma porta para prolongar o ciclo da DDR5, oferecendo ganhos sérios sem obrigar a indústria a mudar tudo para uma nova norma.
O histórico da AMD
Não é a primeira vez que a AMD tenta contornar limitações com soluções criativas. A marca já patenteou designs de ventoinhas para melhorar o arrefecimento em portáteis gaming e sistemas de limpeza de cache para processadores. O HB-DIMM segue essa mesma linha: pequenos avanços que podem ter grande impacto na prática.
Conclusão
Se a patente avançar para algo real, poderemos ter no mercado módulos DDR5 capazes de competir com soluções futuras, como a DDR6, mas a custos mais baixos e com maior compatibilidade. Para os consumidores, isto pode significar máquinas mais rápidas sem ser preciso trocar tudo outra vez.
