A doença de Alzheimer caracteriza-se por ser um quadro demencial com perda progressiva das capacidades intelectuais. Dito isto, dificuldades de aprendizagem e memorização de factos recentes são alguns dos sintomas.
A doença está associada à formação de depósitos de proteínas chamados placas neuríticas. Tal acontece devido à clivagem anormal da proteína PAP formando a proteína β-amilóide.
Em suma, esta última é tóxica para o Sistema Nervoso Central, provocando assim uma reacção inflamatória!
Infelizmente o organismo não contém mecanismos de dissolução destas placas e, como tal, a formação destas aumenta com a idade!
A recente pesquisa feita pela ‘The Johns Hopkins University School of Medicine‘ sugere que a desregulação do pH celular promove a deposição da β-amilóide e consequente formação de placas neuríticas!
- No entanto, este estudo foi feito através de um modelo animal.
As evidências demonstram que os ‘astrócitos’- células nervosas, são responsáveis pela “limpeza” das protéinas β-amilóide. A modificação do pH destas células altera a deposição proteica… Em suma, a alteração da progressão da doença!
Similarmente, foi descrito pela revista ‘Proceedings of National Academy of Sciences‘ a administração de um inibidor da ‘histona desacetilase‘ (HDAC) em ratos. Este fármaco potenciou uma modificação do pH, assim como melhorou a capacidade de depuração de beta amilóide.
O resultado foi a inversão de sintomas nesses animais!
Os inibidores de HDAC são aprovados pela FDA em certos tipos de cancro sanguíneo. Contudo, devido à dificuldade de atravessar a estrutura que atua para proteger o Sistema Nervoso Central de substâncias químicas (barreira hematoencefálica), não está indicado para pessoas que sofrem de Alzheimer.
O próximo passo é ‘in vitro‘!
Caso o fármaco tenha os mesmos resultados nos astrócitos de pacientes com Alzheimer, projecta-se modificar o fármaco com intuito de atravessar a “barreira cerebral” previamente mencionada!
Até o momento, não há cura nem medicamentos que possam prevenir ou reverter os sintomas da doença de Alzheimer.
“No momento em que a doença de Alzheimer é diagnosticada, a maioria dos danos neurológicos estão presentes, sendo por isso pouco provável reverter a progressão da doença” – Rajini Rao, Ph.D., Professor de fisiologia da Universidade Johns Hopkins.