Quarta-feira, Setembro 17, 2025

Achava que o álcool era o maior perigo na estrada? Não é!

Durante anos, ouvimos a mesma mensagem repetida em campanhas de segurança rodoviária: “Se beber, não conduza.” Mas há outro perigo silencioso, tão letal quanto o álcool ao volante, e que é muitas vezes ignorado. Chama-se microsleep. Assim o álcool não é o maior perigo na estrada.

Achava que o álcool era o maior perigo na estrada? Não é!

A condução com fadiga mata e está mais presente do que imagina. Um condutor sonolento pode ter os mesmos reflexos de alguém com uma taxa de álcool no sangue de 0,8 g/l, o que em muitos países já é considerado crime. Mas ao contrário do álcool, a fadiga não deixa cheiro, não acusa no balão, e muitas vezes nem se nota… até ser tarde demais.

Fadiga: o inimigo invisível

Conduzir cansado não significa apenas ter sono. Envolve um conjunto de sintomas subtis, mas perigosos:

  • Bocejos constantes;
  • Pálpebras pesadas ou dificuldade em manter os olhos abertos;
  • Dificuldade em manter a direção;
  • Sensação de “viajar no automático” e esquecer os últimos quilómetros;
  • Irritabilidade e distração.

esta é a forma correta de segurar o volante do seu carro!

Estes sinais são mais do que um aviso: são um alarme. Quando ignorado, este estado de fadiga pode causar um “microsleep” – pequenos episódios de sono com duração de 1 a 10 segundos. E basta esse curto instante para tudo mudar.

Imagine fechar os olhos durante 4 segundos a 100 km/h. Percorreu mais de 100 metros completamente às cegas.

As estatísticas não mentem

Só nos Estados Unidos a sonolência está associada a cerca de 100 mil acidentes por ano. Já um estudo europeu revelou que cerca de 1 em cada 5 condutores já adormeceu ao volante pelo menos uma vez. Entretanto a fadiga está envolvida em até 30% dos acidentes mortais nas autoestradas.

Estes números são assustadores, e são apenas estimativas. Assim muitos acidentes provocados pelo sono não são oficialmente identificados como tal.

O que acontece ao corpo?

Durante a fadiga, há uma queda drástica da vigilância, do tempo de reação e da capacidade de tomar decisões. Isto acontece porque o cérebro, literalmente, desliga áreas críticas para o desempenho cognitivo, mesmo quando ainda estamos acordados.

Além disso, quando estamos privados de sono, o risco de erros aumenta, a coordenação motora diminui e os reflexos tornam-se mais lentos. Ou seja, tudo o que não queremos quando conduzimos a alta velocidade.

Como os fabricantes estão a responder

Felizmente, as marcas de automóveis estão a reconhecer este risco crescente. Muitos modelos modernos incluem sistemas de deteção de fadiga:

  • Sensores que monitorizam o comportamento do condutor (movimentos bruscos do volante, saída de faixa, etc.);
  • Alertas visuais e sonoros;
  • Mensagens no painel de bordo como “Hora de fazer uma pausa”;
  • Em alguns casos, sugestão de locais próximos para parar.

Estes sistemas são úteis, mas não substituem o bom senso. A responsabilidade continua a ser do condutor.

O que fazer se estiver com sono ao volante?

Se sentir sono a aproximar-se, não force a viagem. Aqui ficam algumas dicas práticas:

  • Planeie pausas regulares: pare de 2 em 2 horas, mesmo que se sinta bem.
  • Café e movimento: uma pequena caminhada e um café ajudam a recuperar algum foco mas não adiam o sono por muito tempo.
  • Evite viagens em horários críticos: entre a 1h e as 6h da manhã e depois do almoço (13h-15h), o corpo está naturalmente mais propenso à sonolência.
  • Não conduza depois de um dia exaustivo, mesmo que ache que aguenta.
  • Se for mesmo preciso dormir, pare e faça uma sesta curta de 15 a 20 minutos.

Conclusão: a vida vale mais que o destino

Conduzir sonolento é negligente e extremamente perigoso. Tal como ninguém deve conduzir embriagado, também não se deve conduzir cansado. A diferença? Muitas vezes, nem nos apercebemos de que estamos em risco e é por isso que a fadiga é tão traiçoeira.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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