Todos querem comprar o clone do relógio de 6900€. Interessante?

Há alguns dias atrás, publiquei um artigo sobre um relógio que parece um Omega, mas em vez de milhares de euros, custou-me apenas algumas dezenas. Pensei que seria apenas uma curiosidade engraçada, um conteúdo leve e fora da caixa entre os tradicionais smartphones, relógios inteligentes e carros elétricos. Mas o que aconteceu a seguir surpreendeu-me! Recebi várias mensagens de leitores a perguntar onde podiam comprar o mesmo exato relógio, ou então, algo de muito similar a tentar imitar outros modelos ultra-populares, e claro, ultra-caros.

Não estou a falar de uma ou duas pessoas. Foram várias! Leitores genuinamente interessados, a sério, a querer aquele look premium por um preço ridiculamente baixo. Algo que me obrigou a parar para pensar em algumas palavras de um amigo também dentro do meio jornalístico.

“Há quem apenas precise de parecer para ser. Nem sempre é necessário ser a 100%.”

As pessoas adoraram o clone do relógio de 6900€. Não é interessante?

comprei um relógio de 6900€ por 40€. É um mundo estranho!

Portanto, não estamos apenas a falar de um clone bem conseguido. Que de facto é um relógio que ainda não me falhou, e que realmente é capaz de chamar a atenção das pessoas que me rodeiam.

Estamos a falar de um desejo cada vez mais comum, e na minha opinião muito normal no lado dos Portugueses, que passa por ter algo que parece caro, sem o ter realmente. Isto é curioso porquê? Simples, é o mesmo mecanismo que leva tanta boa gente a comprar um iPhone, um Apple Watch Ultra, ou outro tipo de tecnologia super cara. De facto, é o reflexo de uma sociedade que valoriza mais a imagem do que o objeto em si. Não interessa se é suíço ou chinês. O que de facto interessa é se brilha no pulso como um Omega Seamaster a sério.

Mas isto acaba por levantar uma outra questão. Afinal, se um relógio de 50 euros cumpre a função de mostrar as horas e ainda por cima engana quem olha… Por que razão gastar 5 ou 6 mil?

Este fenómeno não é novo, mas está a ganhar nova força! Especialmente agora que as portas dos mercados Chineses se abriram com toda a força possível e imaginária.

Basta ver a quantidade de réplicas (boas e más) que invadem marketplaces. As pessoas já não compram pelo estatuto da marca. Compram pela ilusão. A indústria do “parece mas não é” nunca esteve tão forte.

Mas, o mais importante ainda… Será que importa?

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A ferver

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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