Segunda-feira, Agosto 11, 2025

O acessório que podem colocar no teu carro e seguirem-te!

Nos últimos anos, as autoridades e especialistas em segurança automóvel têm alertado para um fenómeno cada vez mais preocupante: a instalação secreta de um pequeno acessório no carro. Tudo sem o conhecimento do proprietário. Estes dispositivos, vendidos livremente na internet e em algumas lojas físicas, estão a utilizar-se por criminosos, perseguidores e até por empresas, com o objetivo de seguir cada passo da vítima.

O acessório que podem colocar no teu carro e seguirem-te!

A facilidade com que estes aparelhos se podem adquirir e instalar torna o problema ainda mais grave. Por menos de 20 euros, é possível comprar um GPS de pequenas dimensões, com autonomia de vários dias, ligação à rede móvel e capacidade de enviar a localização em tempo real para qualquer parte do mundo.

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Como funcionam estes dispositivos

Os localizadores GPS para vigilância funcionam de forma muito simples: captam sinais de satélites para determinar a localização exata e enviam essa informação através de uma ligação GSM ou de dados móveis para um telemóvel ou computador do criminoso.
Alguns modelos podem-se até configurar para enviar alertas automáticos quando o carro se move, entra ou sai de uma determinada zona, ou atinge uma velocidade específica.

O tamanho reduzido alguns têm menos de 5 cm e o peso leve permitem escondê-los facilmente. Com ímanes potentes, podem-se fixar na parte inferior do veículo, atrás dos para-choques, no interior do porta-bagagens ou até sob os bancos. Em muitos casos, o condutor pode circular semanas ou meses sem saber que está a ser seguido.

Para que se utilizam?

Estes dispositivos utilizam-se com vários objetivos ilícitos:

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  • Roubo de veículos: o criminoso acompanha os movimentos do carro até encontrar o momento ideal para o furtar.
  • Assaltos a residências: sabendo quando o proprietário está longe de casa, facilita-se o planeamento de um assalto.
  • Perseguição e stalking: em contextos de violência doméstica ou conflitos pessoais, o agressor mantém vigilância constante sobre a vítima.
  • Espionagem empresarial: em casos extremos, podem-se utilizar para seguir viaturas de empresas, descobrir rotas de entrega ou monitorizar funcionários.

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Casos reais e alertas

Em Portugal e noutros países europeus, já foram registados vários casos. Em alguns, a vítima só descobriu o acessório quando levou o carro à oficina ou fez uma inspeção minuciosa após suspeitar de estar a ser seguida. Este é um método “quase invisível” e que exige atenção redobrada.

Nos Estados Unidos, houve casos mediáticos em que localizadores se utilizaram para planear crimes graves, levando alguns estados a criminalizar a posse e utilização destes aparelhos para fins não autorizados.

Como detetar um GPS escondido no carro

Encontrar um localizador pode ser complicado, mas há algumas medidas que podes tomar:

Inspeção visual: verifica regularmente a parte inferior do carro, junto às rodas, para-choques e zonas pouco visíveis.

Oficinas especializadas: existem serviços que usam detectores de frequência (RF) para localizar sinais de transmissão GPS ou GSM.

Apps e dispositivos de deteção: alguns equipamentos domésticos conseguem detetar sinais estranhos de rádio ou Bluetooth, embora não sejam 100% eficazes.

O que fazer se encontrares um

Entretanto se localizares um aparelho suspeito, não o destruas nem o uses. O ideal é:

  • Fotografar o local exato onde estava.
  • Evitar tocar diretamente (usa luvas para não deixar impressões digitais).
  • Entregar de imediato às autoridades, para que possam investigar.

Como te proteger

A prevenção é fundamental:

  • Evita partilhar a tua localização em tempo real nas redes sociais.
  • Estaciona, sempre que possível, em locais vigiados ou com câmaras.
  • Faz uma inspeção regular ao teu carro, especialmente se desconfiares de movimentos estranhos.
  • Considera instalar um sistema de segurança próprio com deteção de dispositivos externos.

Um risco invisível com grandes consequências

Entretanto a ameaça que estes pequenos acessórios representam vai muito além de uma simples invasão de privacidade. Saber onde estás, quando sais e para onde vais dá a quem te vigia um controlo perigoso sobre a tua rotina. Este tipo de vigilância clandestina é um passo que muitos criminosos usam antes de cometer um crime mais grave.

Num mundo onde a tecnologia se tornou acessível e cada vez mais discreta, a segurança pessoal exige atenção constante. Estar informado e agir rapidamente ao mínimo sinal de suspeita pode fazer toda a diferença entre evitar um crime e ser vítima dele.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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