A Rockstar queria um GTA em Tóquio. Mas correu mal…

Durante muitos anos, a Rockstar teve um ritmo de produção que hoje parece ficção científica. Hoje em dia passam décadas, mas há alguns anos atrás, era possível encontrar um GTA novo a cada dois ou três anos. Tudo isto graças a ideias a circular internamente, experiências, riscos.

No fundo, muita vontade de mudar o mercado.

Foi nesse contexto que surgiu uma ideia que hoje soa quase impossível… Deixar um estúdio japonês fazer um GTA passado em Tóquio. Sim, isso esteve mesmo em cima da mesa.

GTA fora dos EUA esteve muito perto de acontecer

Rockstar, GTA

Portanto, a revelação vem de Obbe Vermeij, antigo diretor técnico da Rockstar Games, numa entrevista recente.

Segundo o próprio, a Rockstar chegou a ponderar licenciar o seu código base a um estúdio japonês para criar um GTA passado em Tóquio, enquanto a equipa principal trabalhava no próximo jogo da série.

Aliás, a ideia não ficava por aí. Houve conversas internas sobre jogos em cidades como Rio de Janeiro, Moscovo ou Istambul. Todos eles feitos por estúdios que entrariam no ecossistema da Rockstar.

Mas Tóquio foi o caso que chegou mais longe, até porque seria um setting que fazia todo o sentido, e ainda assim era extremamente diferente.

Porque é que nunca avançou?

Segundo Vermeij, a ideia acabou por morrer antes de sair do papel. E, olhando para o estado atual da indústria, ele próprio admite que esse comboio já passou.

Hoje, um jogo AAA demora tantos anos a ser feito que já não há espaço para experiências paralelas. Quando se passa mais de uma década entre lançamentos principais, ninguém vai arriscar mudar radicalmente de cenário, identidade ou equipa.

Além disso, o próprio GTA ficou fortemente associado a cidades fictícias inspiradas nos Estados Unidos. Liberty City, Vice City, Los Santos. É isso que o público espera, e é isso que vende.

Quando o tempo mata as boas ideias

Há também um ponto incontornável. O tempo.

Grand Theft Auto V saiu em 2013. Grand Theft Auto VI chega apenas em 2026. Com este intervalo, a Rockstar deixou de ser um estúdio que lança jogos. Passou a ser uma instituição que tira todo o leite possível das suas “vacas”.

Dito isto, quando se atinge esse patamar, abrir o código a terceiros deixa de ser uma opção. O risco é demasiado grande, a marca vale demasiado dinheiro e qualquer erro teria impacto brutal.

Um GTA em Tóquio fazia sentido? Fazia. Muito

Um GTA passado no Japão teria sido algo completamente diferente. Outra cultura, outra arquitetura, outro ritmo, outra abordagem ao crime e à sociedade. Provavelmente não seria um GTA clássico, mas isso era precisamente o interessante.

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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