O mercado decidiu, as marcas obedeceram: toda a gente quer SUVs! Altos, robustos, com presença na estrada e aquela posição de condução “imperial” que faz muitos condutores sentirem-se mais seguros.
Mas será que esta moda tem realmente lógica? Ou estamos a sacrificar demasiado no nome da altura ao solo e do “ar de tanque de guerra”?
A obsessão pelos SUVs grandes e pesados… Estraga a condução!
A verdade é que, na maioria dos casos, especialmente naqueles carros que partilham plataformas e por isso acabam por ter de ser adaptados para um novo formato, estes automóveis acabam por ser menos aerodinâmicos, mais pesados e menos ágeis.
A realidade é só uma… A física não perdoa! Quanto mais massa e altura, mais difícil é ter uma condução precisa e eficiente.
Exemplos que não enganam?
Nos últimos testes que fizemos, a diferença foi óbvia.
Pegando no caso do Renault 4 e do Renault 5: partilham a mesma plataforma, a mesma base técnica e até grande parte da motorização elétrica. Mas, ao volante, o Renault 5, mais baixo, mais leve, oferece um controlo mais direto, mais prazer em curva e uma sensação geral de ligação ao carro que o 4 não consegue igualar.
Não é que o Renault 4 seja um mau carro, porque não é, foi um teste muito curioso e interessante, num carro que tem tudo para ser um sucesso. Mas é um gigantesco exemplo daquilo que é aumentar um carro só porque sim.
O mesmo se aplica à dupla Dacia Duster e Dacia Bigster, que segue a mesma estratégia de partilhar bases. Mesmo com bons desempenhos para o seu segmento, o modelo mais pequeno é o que deixa um sorriso na cara de quem gosta de conduzir.
A lógica por trás da “loucura”?
Não é difícil perceber porque é que os SUVs dominam as vendas.
Transmitem segurança, oferecem mais espaço e conforto, e a posição elevada agrada a quem quer ver “por cima”. Mas este pacote vem com custos! Maior consumo (mesmo nos elétricos, que perdem autonomia com o peso extra), menos eficiência aerodinâmica e uma condução quase sempre menos envolvente.
Será que vale mesmo a pena?
Enquanto a procura continuar, as marcas vão apostar cada vez mais neste formato. Mas para quem valoriza prazer de condução, agilidade e eficiência, os modelos mais pequenos e leves continuam a ser a escolha que mete um sorriso no rosto.
Claro que, para quem não quer um carro para se divertir, acaba por ser indiferente. Mas é triste que a tendência seja esta, e que os SUVs estejam um pouco por todo o lado.