Sábado, Julho 26, 2025

A DIGI chegou e o mercado tremeu: mas (ainda) há um problema

A chegada da DIGI não foi apenas a entrada de mais uma operadora, foi um autêntico abanção que obrigou as “três grandes” a acordar para a vida. E para si? Isto significa uma coisa muito simples: preços mais baixos e o fim de algumas desculpas esfarrapadas.

Vamos ser brutalmente honestos. Durante anos, pagámos caro, talvez até demasiado caro. Isto por pacotes de fibra e dados móveis que em outras regiões Europeias não eram pesados a peso de ouro. Habituámo-nos a fidelizações de 24 meses como se fossem a única lei da terra e a pacotes “cheios de tudo” para justificar o preço. A MEO, a NOS e a Vodafone dominaram, e nós, os consumidores, pagámos a fatura.

A DIGI entrou em cena com uma filosofia radicalmente diferente. Os preços são agressivos, transparentes e sem a conversa do “só para novos clientes”.

Mas continua a haver um problema: falta de cobertura.

Falta de cobertura é uma realidade

A DIGI foi empurrada a entrar no mercado antes do previsto e, como tal, continua em fase de crescimento. Ou seja, a rede fibra ótica tem bastante qualidade mas ainda se encontra em poucas localidades.

Quanto à rede móvel, embora a DIGI até tenha mais antenas 5G que a MEO, ainda fica abaixo das expectativas em locais mais remotos. Isto já para não falar de quem ainda não há rede no metro de Lisboa.

meo ligou quase 100 vezes para agarrar um cliente!

Mas os números não enganam…

Vamos a números, que é o que realmente interessa. Para quem quer apenas fibra em casa, com velocidade entre os 500 Mbps e 1 Gbps, a DIGI atira-lhe para cima da mesa um preço que ronda os 7 € a 10 €. Compare isto com os 30 € ou mais que eram a norma no mercado até há bem pouco tempo.

E no telemóvel a conversa é a mesma. Quer dados a sério sem vender um rim? A DIGI tem pacotes com dezenas de gigabytes, ou até mesmo dados ilimitados, por preços que começam nos 4 € ou 7 €. De repente, as ofertas “low-cost” da concorrência, que já pareciam boas, tiveram de se adaptar à pressa para não perderem o comboio.

O “efeito DIGI” foi tão real que vimos as sub-marcas da MEO, NOS e Vodafone (Uzo, Woo e Amigo) a mexerem nos seus próprios preços e condições, numa tentativa clara de travar a debandada de clientes. Para si, isto é ouro sobre azul. A concorrência finalmente começou a funcionar a sério.

Nem tudo é perfeito, mas o impacto é inegável

Claro que nem tudo é um mar de rosas. A DIGI é uma operadora nova em Portugal e, como seria de esperar, ainda tem arestas para limar. Há queixas sobre a cobertura em algumas zonas do país e relatos de um apoio ao cliente que nem sempre consegue dar resposta a todas as solicitações. É o preço a pagar por ser um “player” novo a construir a sua infraestrutura.

No entanto, o impacto é inegável. A DIGI forçou uma transparência e uma agressividade de preços que não se via há anos. Demonstrou que é possível oferecer um bom serviço a um preço justo, sem obrigar os clientes a fidelizações longas e penosas.

A pergunta que fica no ar é: e agora? Agora, o poder está do seu lado. Assim que tiver cobertura da DIGI, tem mais argumentos para negociar com a sua operadora atual ou, simplesmente, para mudar para quem lhe oferece mais por menos.

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