Durante anos, o consumo de IPTV pirata viveu numa zona cinzenta confortável. Especialmente em regiões como a nossa, visto que Portugal vive um clima de impunidade devido aos preços quase sempre exagerados dos serviços levais.
Aliás, em Portugal é mais provável um agente da autoridade usar IPTV Ilegal, do que ter tudo como deve de ser. É o que é.
Dito tudo isto, o IPTV funciona, é barato, está por todo o lado, e nos dias que correm até existe concorrência feroz no espaço. Ou seja, há serviços ilegais com serviços diferenciados, e preços muito interessantes, para conseguirem mais quota de mercado.
Mas, o mais importante é que quase ninguém parecia preocupar-se com quem estava do outro lado do ecrã.
Pois… Esse tempo está a acabar.

Segundo o elEconomista de Espanha, as autoridades estão a apertar o cerco aos serviços ilegais de IPTV, em especial no futebol. Mais concretamente, na região dos Nuetros Hermanos, a LaLiga tem sido uma das entidades mais agressivas neste combate, pressionando operadoras e forças policiais para identificar não só quem vende, mas também quem consome.
Aliás, até nós na Leak.pt já sentimos o poder da LaLiga, porque fomos alvos de uma queixa na Google devido a um link que nada tinha de relacionado com pirataria ou até futebol. Vai mesmo tudo a eito.
A mensagem é esta… Ver futebol através de IPTV ilegal já não é um risco distante ou teórico.
O problema não é a IPTV. É o que lá passa!

Convém esclarecer uma coisa desde já. A tecnologia IPTV não é ilegal. O problema surge quando essa tecnologia é usada para transmitir conteúdos sem autorização dos detentores dos direitos.
No caso do futebol, esses direitos pertencem a plataformas como a Movistar ou a DAZN. Qualquer serviço que distribua esses jogos sem licença válida está, pura e simplesmente, a infringir a lei.
E quem consome esse conteúdo não está tão invisível como muitos pensam.
Quatro formas simples de chegar ao utilizador. Quais são?
Existem atualmente quatro vias principais usadas pelas autoridades para identificar quem vê futebol através de IPTV ilegal.
- A mais óbvia é o endereço IP utilizado para aceder ao servidor pirata. Mesmo com VPN, nem tudo fica tão escondido como se imagina, sobretudo quando há investigações em curso.
- Depois vem o titular do contrato de Internet. A ligação está associada a um nome, e esse nome é fácil de cruzar com outros dados.
- Segue-se o endereço físico de instalação do serviço. Não é preciso grande engenharia para perceber onde está a ligação que acedeu a determinado conteúdo.
- Por fim, o documento de identificação associado ao contrato de Internet.
Quando todos estes pontos se alinham, a identificação deixa de ser complicada.
Hoje é Espanha. Amanhã pode ser cá
Em Espanha, para já, ainda não existe uma vaga massiva de multas para quem consome IPTV pirata. Mas o para já aqui é chave. Em países como Itália, o processo já avançou para outra fase, com utilizadores a serem identificados, notificados e, em alguns casos, multados.
Algum dia também será cá.

